Dimensões tecnológicas da Copa de 2014: estádio e espetáculo

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Olá amigos, como havíamos combinado, a discussão nessa semana será em relação aos estádios. Lembro que dividimos o assunto estádio em três segmentos: infra de jogo, infra de espetáculo e infra de comunicação. Isso apenas para facilitar e dar foco à discussão, uma vez que, conforme já relatamos, tudo faz parte de uma complexa rede de significados e interações.

Finalizamos a última coluna com as seguintes perguntas:

Qual é o estádio mais moderno e tecnológico do Brasil?

O que é necessário para que um estádio seja moderno e tecnológico?

Muitos disseram de bate-pronto que o estádio mais moderno e tecnológico do Brasil é a Kyocera Arena, do Atlético PR, alguns outros apontaram algumas coisas do Morumbi e outros ainda elegeram o Engenhão.

Mas muitas ressalvas foram feitas também, mesmo em relação ao estádio atleticano, que ainda deve muito para os padrões contemporâneos, segundo um grupo de leitores. Outros indagam como pode o Engenhão, com todo o investimento que teve, possuir inúmeras carências do ponto de vista do conforto e do espetáculo? Enfim, opiniões de diversas naturezas e inclusive de quem diga que se os estádios que são prometidos fossem tão modernos e tecnológicos como suas maquetes dizem ser, nós estaríamos em outro mundo.

Agradeço a participação dos amigos que enviaram seus comentários. É por meio dessa troca de opiniões que as idéias podem se concretizar e inspirar. No texto de hoje, abordaremos a questão da infra- estrutura dos estádios, focando a questão do espetáculo.

Falar sobre espetáculo é ainda muito amplo, envolve uma série de segmentos em torno do “campus” futebol. Vamos focar nossa análise no espetáculo para o público, o torcedor, o consumidor.

Hoje, na onda das maquetes das arenas multiusos, de transformar os estádios em casa de shows e espetáculos, é importante fazermos uma reflexão ao investimento que o Brasil apresenta para outras modalidades e também à capacidade de realizar grandes eventos do ponto de vista dos shows e outros espetáculos nos espaços do estádio, e até mesmo em como transformar o próprio futebol cada vez mais em um espetáculo.

Ainda que pese uma comparação, com aspectos culturais e suas devidas diferenças como pano de fundo, vale a pena observar os americanos, “experts” no show business. Como exemplo: a tecnologia que aplicam na transformação das arenas para um jogo de basquete e posteriormente para um jogo de hóquei. 

Alguns podem dizer que são gastas fortunas e que se torna irreal, no Brasil, mudar um campo de jogo de futebol para um palco de shows, ou uma competição de outras modalidades. Ora, se a pista do Engenhão, que foi desenvolvida para o Pan, que poderia receber eventos do calendário com grandes “meetings” de atletismo, está praticamente esquecida, o que dirá de outras modalidades, o que mais poderia ser feito em um estádio? Se essa pergunta faz sentido, que sentido faz fazer uma arena multiuso. 

A troca de piso exige sim um grande aparato tecnológico, mas só é realizada com sucesso, porque, por trás, existe um planejamento muito bem elaborado, como também muito bem colocado em prática. Porque os calendários das competições, eventos e espetáculos são estudados e elaborados para que a troca de piso, otimizada com os recursos tecnológicos, seja realizada dentro dos prazos necessários, atendendo a uma demanda diversificada de espetáculos.

Existem outros fatores que podem ser ilustrados. Na Arena da Baixada, por exemplo, o torcedor escolhe o lugar ainda na bilheteria, algo simples, que já existe nos cinemas há bastante tempo, mas que ainda não é hegemonia nos estádios brasileiros. Sobre ingressos ainda, apenas recentemente, que alguns clubes acordaram para uma facilitação de venda de ingressos via internet, via fidelização dos clientes, etc, etc, mas ainda há muito campo para ser explorado.

Em uma época em que até os programas de televisão têm se atualizado, colocando vídeos de internet na TV, videogames como pauta jornalística, comunicação via celular, em quanto tempo os estádios possuirão recursos interligados para ações junto ao publico, visando conforto e, sobretudo, interação com o espetáculo, desenvolvendo embalagens para as diversas emoções que um espetáculo de futebol pode propiciar.

Não podemos cair na desculpa de que tudo é custoso ou de que ainda os brasileiros não se acostumaram a essas coisas, porque, no Brasil, se torce diferente. Paremos para pensar ainda no exemplo da interação tecnológica de nós brasileiros com a internet Nosso país possui um dos públicos que mais se envolvem com ações de internet, vide o numero de brasileiros no site de relacionamento orkut, que passou inclusive a ser administrado no Brasil, dado o sucesso que tem por aqui.

Bom, e o que dizer do celular como valor agregado, como ferramenta de interação com o publico? Isso tudo faz parte do espetáculo, mas já estamos entrando em possibilidades tecnológicas para comunicação, deixemos esse tópico para outro texto.

Fica mais uma pergunta: no que o desenvolvimento tecnológico pode contribuir com a comunicação nos estádios?

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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