Futebol é marca

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Há alguns anos, o Corinthians ostentava várias estrelas em seu escudo. No Cruzeiro, sua constelação era envolvida em um círculo com uma coroa no topo, que sugeria a conquista da “tríplice coroa” (título estadual, mais o do nacional e o da Copa do Brasil). No exterior, o símbolo da Roma tinha uma sigla – não tão fácil de identificá-la – “ASR” (Associazione Sportiva Roma). O PSG tinha, em seu distintivo, a inscrição “Paris Saint-Germain” no mesmo tamanho da fonte. O do Manchester City era cheio de detalhes e com um lema quase ilegível.
Tudo isso que aqui foi falado constituem-se marcas. Para todas elas concedemos atributos. Em outras palavras, o que vem a mente quando se fala o nome delas, ou vê-se seu símbolo. Quanto mais fácil identificá-lo, melhor, independente da distância ou até mesmo do que está escrito. Nesse sentido, a “Estrela Solitária” do Botafogo, em alusão à estrela d’alva, é grande exemplo de fácil identificação e associação a todo um significado que ela sugere.
E é esta a função de um símbolo: representar uma instituição, seus valores, sua história e legado. Ele deve ser de fácil lembrança e identificação. Quanto mais limpo (menos visualmente poluído), melhor. Um critério bastante utilizado é o de uma criança conseguir desenhá-lo.
Nesse sentido, Everton, Roma e Paris St-Germain (PSG) repensaram seus escudos ao passo que suas marcas tornavam-se globais. Notem que o nome e o que dá identidade ao clube estão valorizados nas novas versões. No Everton, o nome, a torre e o lema (agora legível). ‘Roma’ ocupou o lugar do “ASR”. Quem olhava para o símbolo antigo do clube e não soubesse da história da loba e dos irmãos, sequer fazia ideia da sigla abaixo do desenho, também não saberia identificá-lo enquanto instituição esportiva.

A evolução do símbolo do Everton (ING) ao logo dos anos. O da direita é o atual Imagem: divulgação.

 
À esquerda, o símbolo antigo da Roma. À direita, o novo (divulgação)

 
À esquerda, o símbolo antigo do PSG. À direita, o novo (divulgação)

 
Para o PSG, a mesma coisa. A cidade de Paris, como marca, é maior que o clube. Vincular-se mais ao nome desse município-alfa é projetar o clube em nível mundial, o que conecta com os investimentos que têm sido feitos dentro de campo.
No Brasil, o Cruzeiro consultou a sua torcida, que prefere as estrelas da constelação valorizadas – e não limitadas dentro de uma forma geométrica – em um universo que é simbolizado pela camisa azul do clube. Simples e significativo. O Corinthians optou por excluir as estrelas do símbolo e valorizar o escudo. O título na história sempre existirá. Não depende de uma estrela.
Mural no estacionamento da Arena Corinthians retrata a evolução dos distintivos do clube (divulgação).

 
A marca, quer seja no futebol ou fora dele precisa se comunicar com seu torcedor, que é consumidor. Já dizia Chacrinha: “quem não se comunica, se trumbica”!
Em tempo: completo, com este texto, 6 meses como colunista na Universidade do Futebol. Quero agradecê-los por seguirem este espaço, ao refletir naquilo que pode ser feito pela gestão do futebol nacional gerador de renda e emprego, dentro e fora de campo.

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