Futebol: a unificação da mentalidade não deixa o resultado ao acaso (Parte II)

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Tradicionalmente, as pessoas no futebol querem uma coisa: vencer. Mas pensando em todo o processo de formação, o que significa “vencer”?
Vencer o jogo, principalmente fazendo-o como se pretende, é somente uma parte da grande vitória. Em um cenário ideal, todo o esforço investido retorna imediatamente com as vitórias em jogos, conquistas de campeonatos, promoção da base ao profissional, etc. Mas não é só isso!
O clube precisa ter uma estrutura de desempenho voltada ao que se deseja fazer, isto é, a maneira como se trabalha, com alinhamento cuidadoso de ideias, unidade de propósito, clareza de objetivo. Princípios, valores, normas e conduta; tudo se unindo!
Em essência, a ideia é bem simples: durante a temporada, de tempos em tempos, por que não verificar se o que está sendo feito está na direção certa, independente do resultado do último jogo? Se existem maneiras de aprimorar a forma como se está trabalhando para obter resultados melhores e quais seriam as dificuldades para isso?
Este procedimento permite ao clube ter um feedback quase que imediato do comportamento do indivíduo (jogador ou treinador) e do trabalho realizado. Porém, para que isso ocorra de forma eficiente, as pessoas precisam ter uma alta capacidade de comunicação e compartilhamento de informações, sem deixar os instintos e a paixão de lado, mas agindo predominantemente de forma decisiva com base nos princípios que dão a identidade ao clube.
Neste sentido, o clube precisa deixar bem claro quais são os seus valores e a sua identidade para poder avaliar de forma correta o perfil mais adequado daqueles que poderiam fazer parte do quadro de funcionários. No caso do perfil dos jogadores, certamente estes precisam ter qualidades que possam ser potencializadas dentro do modelo de jogo que o clube preconiza. Mas, e quanto aos treinadores? Qual deve ser a conduta destes profissionais? Será que a forma de comunicação utilizada é relevante? Sim! O clube precisa assegurar que o modelo permanecerá centrado no desenvolvimento do jogador, melhorando suas capacidades, maximizando o prazer pelo jogo e incentivando a participação ao longo dos treinos.
No entanto não vivemos em um mundo perfeito, por isso prefiro culpar o processo ao invés da pessoa. E quando o processo é ruim, o tempo da sua vida é desperdiçado em um trabalho que não cria valor algum. Sendo assim, observar, avaliar, decidir e agir sem critérios bem definidos acaba por agregar muito pouco à um processo que deveria ser de renovação de ideias, desenvolvimento e promoção.
Em geral, o que se percebe em contextos assim é uma total falta de lógica com objetivos absurdos ou impossíveis, expectativas exageradas quanto aos resultados, uma sobrecarga de trabalho com coisas que não produzem nada e um desperdício emocional enorme. Este último costumamos presenciar na beira dos gramados com atitudes ineficientes, destrutivas, desumanizadoras e nocivas. Tal comportamento é gerado por pessoas que gostam de “sacudir” os jogadores e deixá-los apreensivos, justificando que isso os faz treinar ou jogar melhor.
No fundo, estes profissionais só querem fazer algo significativo. A maior parte só não sabe como. Mais um motivo para que o clube seja o responsável pelo norteamento das ações e com isso consiga gerir e valorizar devidamente seus talentos.

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