Histeria coletiva

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A realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro parece ter contagiado o clima da imprensa nacional. Talvez empolgados com o conhecimento de diversas “novas” modalidades, como tae kwon do, badminton e coisas do gênero, nossos jornalistas decidiram tentar praticar algumas delas.

O estresse que geralmente acompanha a cobertura de um grande evento como o Pan, somado ao fato de a competição ser no Rio, fazem do trabalho jornalístico no Rio uma espécie de bomba-relógio.

Logo no começinho do Pan, quando Diogo Silva ganhou o primeiro ouro do país no tae kwond do, a bomba estourou no meio do centro de imprensa, numa acalorada briga entre produtores de ESPN e Globo na batalha para levar o medalhista primeiro a seu estúdio.

Poucos dias depois, de novo confusão envolvendo a Globo. Essa chegou até a ser notícia, com o repórter Ivan Moré passando maus bocados por uma ríspida discussão com um cinegrafista da ISB, a parceira oficial de transmissão do Co-Rio.

A pergunta que se faz é simples: do que vale tanto estresse?

Quem assiste à Globo não necessariamente vê a ESPN. Às vezes, dependendo do canal por assinatura que a pessoa tem, nem mesmo dá para ver, por exemplo, ESPN e Sportv. Da mesma forma, a fidelidade de um telespectador é, na maioria das vezes, canina. A pessoa não costuma zapear o canal com tanta freqüência, ainda mais quando um grande evento acontece…

Sendo assim, de que adianta tanto corre-corre? E, principalmente, qual o efeito prático de uma discussão acalorada com um colega de profissão em busca de apenas cinco minutos de entrevista?

Muito mais importante, sem dúvida, é a credibilidade da informação transmitida às pessoas. É isso que confere ao veículo confiança para o público e, sem dúvida, garante fidelidade do telespectador, esteja um atleta no canal ou não.

Jornalistas ou ex-atletas?

Outro ponto que o Pan recoloca em pauta é a velha discussão de as emissoras usarem ex-atletas para atuarem como comentaristas nas transmissões esportivas. Particularmente eu defendo a prática de existir um equilíbrio na equipe de transmissão de um evento esportivo.

O jornalista, muitas vezes, busca informações que são complementares a uma transmissão. Dados curiosos e históricos sobre atletas e eventos, além de coisas que agregam detalhes interessantes a um evento esportivo.

O ex-atleta, por sua vez, tem uma visão diferente da do jornalista, principalmente pela experiência que ele teve no esporte. Só que muitas vezes o atleta se perde exatamente por não ter o comportamento de um jornalista durante um evento.

E é isso o que a gente vê no Pan. Oscar, do basquete, vai com a camisa da Globo a todos os eventos, mas se comporta como um autêntico torcedor de arquibancada de futebol, com direito até a puxão de orelha de Diego Hypólito pelo mau comportamento na ginástica.

No judô, Aurélio Miguel protagonizou um espetáculo vexatório ao discutir com membros da delegação cubana após um outro ouro polêmico de Cuba. Quase foi às vias de fato, com uniforme da Record e tudo.

Na Band, as “meninas do Rio”, como foram apelidadas as atletas-comentaristas, acabam se empolgando tanto durante a transmissão que viram muito mais uma torcedora com microfone.

O equilíbrio de uma dupla de comentaristas com jornalista e ex-atleta acaba dando o tom e deixando o telespectador mais bem informado. E, obviamente, esse deve ser o objetivo da transmissão.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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