O Jogo Limpo e o Marketing do Futebol

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Em gesto de desrespeito ao “fair-play”, o Leeds que jogava em casa fez um gol sobre o Aston Villa, em jogo pela segunda divisão da Inglaterra. Depois de muita confusão dentro e fora de campo, o Leeds, orientado pelo treinador argentino Marcelo “El Loco” Bielsa, permitiu que o Villa empatasse, sob vaias da torcida e inclusive com alguns jogadores contrariados.

A atitude de Bielsa é nobre. Em um ambiente extremamente competitivo, gestos como o do treinador do Leeds são raros. Procura-se a vitória a qualquer preço, o triunfo vale qualquer custo, não importa o meio, nem o adversário. Será que vale mesmo?

É preciso fazer esta pergunta porque as organizações envolvidas no esporte precisam se questionar: “de que maneira queremos ser lembrados”? “Como queremos que se lembrem de nós”?

Foi esta pergunta que a Ministra do Esporte e da Juventude da França fez aos jogadores da seleção seu país que jogou a Copa do Mundo da FIFA de 2010, na África do Sul. A equipe francesa, naquela ocasião, passava por crise de hierarquia, com declarações públicas desrespeitosas entre os membros da delegação.

Nesta linha de pensamento, é a mesma coisa que Guardiola disse sobre o uso do VAR após um gol de Sterling ter sido anulado contra o Tottenham, pela Liga dos Campeões da Europa, o que eliminou o Manchester City do torneio. O treinador catalão não reclamou do uso da tecnologia. Pelo contrário, fez uma declaração sensata. Disse que não foi justo sua equipe ter se classificado através de um gol irregular em torneio que não havia o árbitro de vídeo.

É questão de bom senso.

Há os que dizem: “ah, mas você não sabe o valor de uma taça, de uma medalha ou de um torneio”. Ora, posso não saber como profissional de futebol, no entanto, os gestos de Bielsa e de Guardiola, cujos currículos são incontestáveis, já validam estas ações de bom senso. Como se isso precisasse de validação. Infelizmente, precisa né?

Jogadores do Aston Villa se revoltam com atleta do Leeds após ele haver marcado gol em que faltou “fair-play” da equipe de branco. (Photo by Alex Dodd – CameraSport via Getty Images)

 

O jogo limpo, além de projetar a boa conduta, a lisura e a polidez, valores essenciais para o convívio, promove a justiça do espetáculo esportivo bem como a não interferência de fatores externos ao jogo que podem influenciar o resultado. A partir do momento em que o público suspeitar que isso exista, o esporte perde a credibilidade e afasta um dos seus principais elementos: o torcedor.

Portanto, o jogo limpo deve ser lembrado sempre e valorizado a todo custo. O bom exemplo chega às pessoas, atinge as crianças e, à prazo, é capaz de transformar uma sociedade. Isso também é papel do esporte, neste caso em específico, do futebol.

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Em tempo mais uma frase desta coluna:

Nunca foi. Ambição, desejo de se tornar herói nacional e ganhar mais dinheiro sempre foi mais forte.

Tostão,

campeão mundial de futebol em 1970, sobre em o alto-rendimento no esporte ser lugar para desenvolver valores morais e éticos.

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