Quem quer dinheiro?

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Silvio Santos foi à lona.

O Banco Panamericano, uma de suas empresas, é a responsável pelo abalo financeiro sofrido pelo grupo.

Quem iria imaginar que o megaempresário, popular e midiático, que nasceu e cresceu com a expansão da TV no Brasil, estaria algum dia em situação periclitante e de intervenção por órgãos fiscalizadores.

Numa atitude corajosa e honrada, ofereceu, como garantia ao socorro recebido, todo o seu patrimônio, e reiterou que sua clientela, o grande povo, não será prejudicada em nenhum centavo.

O Banco Central e a Procuradoria da República irão investigar se houve “apenas” má gestão ou fraude na administração dos negócios, para qualificar o socorro de um fundo bancário, cujo aporte será de R$ 2,5 bilhões.

Os clubes de futebol brasileiro sempre contaram com a rede de segurança de isenção de impostos, benesses político-jurídicas de governos e governantes, processos eleitorais internos pouco ou nada transparentes que perpetuaram dinastias de cartolas.

Muita coisa que poderia ser caracterizada como “apenas” má gestão encobria, na verdade, gestões fraudulentas, sob a autonomia administrativa assegurada constitucionalmente aos clubes e, até certo tempo, eximindo de responsabilidade os dirigentes.

O resultado era uma grita generalizada, em que os clubes não podiam se organizar administrativamente, uma vez que não havia dinheiro.

Invertia-se a relação causa-efeito.

Não se sabia administrar porque não havia dinheiro? Ou não havia dinheiro porque não se sabia administrar?

Pois bem. Nos últimos anos, o futebol brasileiro tem se valorizado no que tange ao incremento dos valores negociados com direitos de TV e patrocínios, em especial, relativizando por completo a premissa do dinheiro como causa.

Naturalmente, os clubes de apelo popular e tradição são favorecidos no equilíbrio de forças.

Atletico Paranaense e Coritiba são clubes que estão em busca constante de organização administrativa. O reflexo disso é de equilíbrio financeiro e competitividade esportiva no patamar intermediário que, em breve, pode se tornar de primeira grau.

De fato, é muito difícil para clubes como esses romper a inércia financeira com a mesma força que os maiores clubes do país.

Entretanto, de nada adiantaria bater na sua porta, oferecendo R$ 2,5 bilhões como plena solução para a gestão. Isso poderia aumentar e perpetuar equívocos.

E, como se sabe, Silvio Santos não começou com R$ 2,5 bilhões.
Terminou com R$ 2,5 bilhões, 40 anos depois de iniciar seu clube – de negócios.

Isso não o blindou de “apenas” má gestão ou gestão fraudulenta.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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