Refletindo sobre a gestão do grupo

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Olá caro leitor. Para iniciar esta reflexão, convido você para que, primeiramente, assista ao vídeo abaixo, um trecho de uma entrevista do treinador português, José Mourinho.

Qual é a relação que você estabelece com seu grupo de jogadores?

Mourinho deixa bem claro que o perfil de atleta com o qual se lida nos dias de hoje mudou bastante, o fácil e rápido acesso a informação permite com que, mesmo que minimamente, estes jogadores sejam um pouco mais críticos e curiosos, que estejam mais atentos as ações e decisões da comissão técnica. Não são mais tão raros os casos de jogadores ainda em atividade que realizam ou já possuem algum tipo de graduação, e até mesmo, cursos específicos de treinador de futebol. Como o treinador lida com esta situação?

O jogador tem se tornado cada vez mais questionador. O espaço do ditatorialismo dentro do futebol está ficando cada vez mais escasso. Como você enxerga essa tendência?

O convencimento pela simples imposição, pela coerção, dificilmente irá gerar o resultado mais benéfico. Assim como só conscientizar, dar abertura para expressão de opinião, sem assumir o papel de líder e determinar a direção a se seguir em momentos e pontos cruciais, também pode gerar maus resultados. Como se portar então?

Liderar um grupo exige conhecimentos e competências por parte do treinador que vão além das questões técnicas e táticas. Entre as equipes vencedoras do futebol, existem muitas diferenças no modelo de jogo, do perfil dos jogadores, da modelação tática, dos recursos e estruturas, etc., porém, uma semelhança, é quem está por trás destas equipes, sempre existe um grande líder, alguém que foi capaz de conduzir o grupo a remar na mesma direção, os grandes jogadores que compõem estas equipes, na maioria das vezes recordam da forma como seus treinadores se portavam perante os jogadores, como o treinador foi capaz de os cativar, como os instigou a serem melhores e lutarem por objetivos comuns.

Lidamos com “pessoas que se movimentam” como diria o Prof. Manuel Sérgio, pessoas que além de se movimentar, pensam, sentem, compreendem, possuem diferentes histórias de vida e visões de mundo. Dificilmente haverá um padrão de comportamento do treinador para toda e qualquer situação ou grupo de jogadores. O treinador precisa aderir aos seus conhecimentos do jogo, conhecimentos sobre aqueles que jogam o jogo.

A partir do momento que os jogadores, sejam eles com a idade e nível de experiência que for, enxergarem em seu treinador um líder que: mostra coerência no seu discurso com sua prática, que conduz seu trabalho com transparência, que demonstra conhecimento e domínio no que faz, que não se esquiva dos questionamentos e dúvidas dos jogadores, que compreende as individualidades de seus atletas e age com justiça para com todos. O treinador que conseguir incutir estas características em seu trabalho (além de outras competências relacionadas a gestão de pessoas) conseguirá aproximar seus atletas a alcançar seus objetivos individuais, assim como os objetivos coletivos traçados para o grupo.

Dentre as várias competências que se exige de um treinador, conhecer as pessoas, compreender suas particularidades e encontrar as melhores ferramentas didáticas para lidar com elas, são fatores determinantes na condução do grupo de jogadores no futebol moderno para se alcançar os objetivos coletivos, e ainda, contribuir com a evolução esportiva e pessoal de seus atletas. Um treinador, mais do que formador de jogadores, é também, um formador de pessoas.

“Ser capaz de mobilizar e modificar crenças, atitudes e comportamentos de outros indivíduos, orientando e organizando suas ações a uma meta. É, enfim, estabelecer objetivos possíveis de serem alcançados pelo grupo, equipe, clube ou empresa.” (Kouzes e Posner, 1997)

*Link para entrevista completa: https://youtu.be/tPbC4kH0mq4

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