A velocidade com que as informações e o conhecimento circulam à nossa frente está cada vez maior. Pensando nisso, e fazendo um exercício de futurologia, é bem provável que nas copas de 2020 ou
Fico imaginando que tipo de profissional teremos no mercado de trabalho daqui a 15 ou 20 anos. Teremos a capacidade de acompanhar esta velocidade sempre crescente e que ultimamente atinge níveis vertiginosos?
Vejam, por exemplo, o desafio que é fazer-se uma consulta ou pesquisa na internet. Teoricamente, através deste recurso tecnológico maravilhoso, temos à nossa disposição tudo quanto é tipo de informação, desde um simples horóscopo elaborado por um charlatão até trabalhos científicos valiosos contendo textos, sons, fotos, vídeos ou imagens animadas.
Acontece, porém, que o exercício de encontrarmos aquilo que realmente nos interessa não é tarefa das mais fáceis. Se bobearmos ficamos horas navegando na rede sem encontrarmos aquilo que precisamos ou que nos possa ser útil de alguma maneira. Além do mais é fundamental que saibamos transformar os dados, as informações em verdadeiro conhecimento. E esta tarefa também não um coisa simples para ser realizada.
Fica, portanto, o impasse entre a velocidade alucinante da circulação das informações e a nossa real capacidade de assimilarmos aquilo que possa nos servir para sermos melhores profissionais e, em última hipótese, termos uma vida melhor.
Tendo como modelo este nosso embate com os desafios de utilização dos recursos da internet, concluo que, embora nas copas de 2020 ou 2024 tenhamos à nossa disposição uma infinidade de novas informações que poderão transformar nossas práticas para melhor, nada garante que isso, de fato, ocorrerá.
Aqueles que forem capazes de superar, passo a passo, os obstáculos e tiverem sabedoria para driblar os desafios que terão pela frente, serão os profissionais mais preparados para este futuro não tão distante.
A capacidade de entendimento e interpretação dos dados e informações que chegam até nós depende de fatores psicológicos, neurológicos, sociais e culturais. O profissional que quer vencer este desafio terá que ter uma clara noção disso. Caso contrário não conseguirá pensar no futuro de forma muito diferente do que pensa no presente.
Para constatar isso basta observar que ainda hoje convivemos com profissionais que analisam, interpretam e intervêm no futebol exatamente da mesma maneira que faziam há 20 ou 30 anos.
De nada adianta termos um telescópio Hubble à nossa disposição se quisermos enxergar o mundo através de uma lupa.
Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br