Neste período que antecede mais uma Copa do Mundo de futebol é comum surgir nos meios de comunicação inúmeras matérias sobre este esporte, abordado sob os mais diferentes ângulos.
Dias desses, alguns órgãos da imprensa comentaram a respeito de uma iniciativa do governo argentino incluir a Copa do Mundo no programa de ensino fundamental das escolas públicas. Comentou-se, inclusive, sobre a possibilidade do governo brasileiro, através do Ministério da Educação, introduzir esta proposta também em nossas escolas. As opiniões a favor e contra logo se multiplicaram.
De fato a proposta pedagógica é polêmica por todas as suas implicações.
Contudo, numa análise cuidadosa deste fenômeno cultural chamado futebol, não podemos negar o seu papel e sua importância no mundo contemporâneo. E por esta sua relevância não seria descabida a idéia de incluir o assunto para apreciação e debate nos bancos escolares.
A riqueza do futebol, enquanto manifestação popular, cultural e tema sociológico tem um espectro tão amplo de abordagens que mereceria um aprofundamento dentro das escolas.
Particularmente penso que o futebol não deveria ser tema-gerador para aprendizagem de apenas algumas matérias, como estão pensando os argentinos e brasileiros, responsáveis pela educação formal de crianças e adolescentes.
Através dele podemos estudar não só a geografia, a história e as línguas de inúmeros países que praticam com paixão esta modalidade esportiva, mas também muitos outros aspectos.
Com um pouco de imaginação podemos relacionar o futebol com praticamente todas as áreas que compõem o currículo escolar: seja a matemática, a física, a química ou a biologia.
Através dele podemos ter uma compreensão ampliada da arte, por exemplo. Afinal o futebol é, ele próprio, a mais pura expressão artística. Tentar entender o papel do futebol e do islamismo em países tão distintos como a Arábia Saudita, Tunísia, Irã e Costa do Marfim seria outro exercício fascinante. E que tal discutirmos a ética através do futebol? Ou então a sua relação com a política?
Enfim, as correlações são praticamente infindáveis. Bastaria apenas um pouco de boa vontade, inteligência e criatividade por parte dos professores. O sucesso destas aulas, em minha opinião, seria garantido, tanto para os jovens quanto para as jovens estudantes.
Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br