Copa-2014 no Brasil

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Quando falamos na possibilidade de o Brasil sediar uma Copa do Mundo, dois grupos distintos se formam: o daqueles que defendem e o daqueles que condenam de forma intransigente a idéia.

 

Levando-se em conta a posição do primeiro grupo, que considera legítimo o direito de um país de terceiro mundo poder realizar uma Copa, não basta que o Brasil manifeste vontade de sediar o evento de 2014 por meio de seu presidente da República e do presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

 

Independentemente das razões, a vontade de trazer a sede do mundial para o Brasil deve ser acompanhada de organização, planejamento, alocação de recursos humanos e financeiros.

 

Antes disso, porém, é preciso um aprofundamento dessa questão.  Que tal começarmos por um grande debate sobre a possibilidade de realização desse evento tão bilionário quanto planetário? Uma análise que, sem perder o calor de sua paixão, seja suficientemente racional e objetiva.

 

Em um país que ainda está construindo um projeto democrático de nação, nada melhor do que colocarmos à mesa, juntos para debate, todos os setores da sociedade que podem dar uma contribuição neste sentido.

 

Mas um debate que não fique nos chavões de que o futebol é uma coisa menor e que temos coisas mais importantes para tratar. Ou que a realização de uma Copa do Mundo só interessa às pessoas desonestas cujo único pensamento é ganhar dinheiro ou tirar vantagens pessoais dela.

 

Futebol pode ser cultura e poderosa ferramenta de educação de um povo, dependendo da forma como o utilizamos. E se futebol pode ser cultura e educação, não é disso que mais precisa um país de terceiro mundo?

 

Enfim, do debate sério e fundamentado podem surgir tanto idéias quanto envolvimentos e compromissos com a construção não só de uma melhor e saudável estrutura para o nosso futebol, mas sobretudo de um país melhor.

 

Sabemos todos que não vamos mudar a estrutura e o modus operandi do futebol profissional brasileiro do dia para a noite. É preciso começar passo-a-passo. É preciso, entre outras coisas, equacionar os problemas administrativos e de gestão dos clubes.

 

A decisão sobre a Copa de 2014 será feita daqui a dois anos, em 2008. O tempo para mobilização é pequeno e requer providências. E muitas destas providências não exigem muitos recursos financeiros. Aliás, algumas delas não exigem nenhum recurso financeiro. O debate é uma delas.

Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br

 

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