Terminou a Copa do Mundo. Este evento, realizado a cada quatro anos e cada vez mais globalizado, proporciona-nos excelente oportunidade para avaliarmos comportamentos individuais e coletivos.
Através da Copa podemos perceber os sentimentos de nacionalismo e patriotismo expressos das mais diferentes formas pelos mais diversos povos e países.
Podemos também analisar valores éticos e morais e até o próprio caráter das pessoas fica exposto nestas ocasiões.
O fato ocorrido na partida final entre França e Itália com os jogadores Zidani e Materazzi é um bom exemplo a ser analisado.
A atitude de agressão de Zidani ao atleta italiano chocou a todos e pode ser condenado por diferentes ângulos. Entretanto, causa surpresa o fato de pouco se comentar sobre o que teria feito Materazzi para provocar tão inesperada reação.
Muitas vezes, a palavra machuca mais do que uma agressão física e tendo-se isso como verdade, não podemos condenar apenas Zidani, de forma unilateral, sem antes verificar o episódio em toda a sua amplitude e contexto.
Numa competição onde o fair play é exaustivamente pregado pela Fifa não se pode aceitar nem agressões físicas nem verbais.
Mas o mais surpreendente, entretanto, é observar pessoas condenando Zidani e enaltecendo a atitude de Materazzi, independentemente daquilo que ele tenha dito ao capitão da seleção francesa.
Cheguei até a ouvir, por parte de uma jornalista brasileira, a afirmação de que talvez tenha faltado um Materazzi à nossa seleção.
São reações como estas que nos permite, em última análise, conhecer um pouco as nuances da alma humana.
Como sempre o futebol imita a vida.