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Embora tivesse alguns amigos queridos trabalhando na seleção brasileira que nos representou na última Copa do Mundo realizada na Alemanha, confesso que não fiquei arrasado com a nossa eliminação precoce já nas quartas-de-final.
 
Passado o período natural de tristeza em ver os nossos badalados craques jogando bem menos do que muitos esperavam, fiz um exercício de imaginação sobre o que aconteceria se fôssemos campeões mundiais pela sexta vez.
 
Conhecendo a atual e crítica realidade do futebol brasileiro me perguntei: será que o fracasso de nossa seleção não foi melhor do que a conquista do hexa, no sentido de começarmos a encarar mais de frente os nossos problemas estruturais?
 
Da mesma forma como discutimos, antes da Copa, se o fato de sairmos daqui favoritíssimos não prejudicaria a melhor concentração e atitude dos atletas, penso que seja válido refletir um pouco sobre a nossa derrota e o que ela pode nos ensinar.
 
O Brasil é ainda um país cheio de maniqueísmos, onde adotamos uma visão dualista do bem e do mal. Ou algo é bom ou é mal. Não há meio termo.
 
Assim, vencida a Copa, tudo seria lindo e maravilhoso. Nossos jogadores, nosso treinador e comissão técnica seriam os melhores do mundo em todos os sentidos. E seria revogada qualquer opinião em contrário. Suponho que até nossa velha e viciada CBF seria poupada das críticas, assim como nossos clubes que todos sabemos estão, em grande parte, destroçados e com sérios problemas de gestão.
 
Mas como perdemos, tenho mais esperanças que tenhamos, enquanto nação em processo de democratização, mais capacidade para nos indignar conosco mesmos e com nossos dirigentes, aprendendo a pressioná-los ou substituí-los se for o caso.
 
E isso serve não só para o futebol como para a política e outras dimensões fundamentais de nossas vidas.
 
Se temos muitas razões para nos orgulhar do Brasil, isso não quer dizer que vivemos num país maravilhoso em todos os sentidos.
 
Precisamos, enfim, aprender não só a ter vergonha da estrutura do nosso futebol, como da péssima qualidade de nossa educação, do nível dos nossos políticos, dos nossos padrões éticos e, sobretudo do verdadeiro “apartheid” social que gera tantos problemas para o nosso país.
 

Que a derrota do Brasil na Copa nos inspire a fazer esta reflexão crítica.

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