Desvendar mazelas no futebol tem sido um exercício cada vez mais comum, tanto no Brasil como em outros países considerados mais civilizados. Escândalos pipocam em toda parte.
Neste sentido a era da informação em que vivemos, cria ferramentas poderosas para revelar e denunciar as fraquezas humanas ao mesmo tempo em que nos ajuda a encontrar caminhos mais promissores para a nossa comunidade, sociedade e humanidade, de uma forma geral.
Falta de postura ética, corrupção, negociatas, são alguns dos temas mais comuns na mídia esportiva e policial.
O futebol precisa evoluir, assim como a sociedade. O futebol não pode ser considerado isolado do contexto social.
Mas uma coisa intrigante é constatar como uma manifestação cultural tão significativa como o futebol, tomada por paixões e emoções, desconsidera suas dimensões humanas.
Preocupa constatarmos que, em pleno século 21, uma ciência tão importante como a psicologia do esporte, por exemplo, ainda encontra tanta resistência para se estabelecer no futebol.
Aliás, não é só a psicologia que é rejeitada. Tantas outras áreas pertencentes às ciências humanas também não encontram espaço no futebol. O que ainda prevalece são as ciências biológicas e a técnica ou, pior, o tecnicismo.
Ao buscar o desempenho ótimo de suas equipes, treinadores, preparadores físicos, médicos e demais membros da Comissão Técnica de uma equipe deveriam entender que o atleta não é apenas feixes de músculo que exercem funções biológicas em busca de resultados.
O atleta é antes de tudo um ser humano e como tal deve ser entendido. Um ser que sofre que ri que chora que vibra que tem problemas e dificuldades e que tem, enfim, sentimentos como qualquer pessoa.
Como nos ensina o filósofo e pesquisador das ciências da motricidade humana, Dr. Manuel Sérgio, todos os profissionais que trabalham com jogadores e, portanto, com gente, deveriam entender que para saber sobre futebol é preciso entender mais do que futebol.
Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br