O poder da palavra

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O São Paulo foi campeão brasileiro com méritos de sobra. Foi, em 2006, o melhor time do Brasil ao lado do Inter. Teve um ataque arrasador, uma defesa sólida, um conjunto perfeito. Em todos os títulos que disputou, o São Paulo chegou pelo menos no segundo lugar. Ou seja, se 2005 já tinha sido de sonhos para o são-paulino, o ano de 2006 se encerra como sendo de continuação daquele sonho bom, no qual sempre tentamos voltar a ter e quase nunca conseguimos.
 
Mas a hegemonia são-paulina no futebol brasileiro não pode ser transformada em arrogância. Na última semana, os jogadores são-paulinos, desde os mais experientes até os recém-contratados, se excederam na confiança de ter um time acima de qualquer crítica.
 
Campeoníssimo e responsável direto por mais de 15 gols do time na temporada, o meia, lateral e volante Souza desabafou com a conquista do tetracampeonato. Falou mais do que manda a cartilha e, sem dúvida, criou alguns desafetos dentro do mundo da bola.
 
Na seqüência, o lateral Ilsinho, que surgiu no Palmeiras e se transferiu para o São Paulo a mando de seu empresário durante o campeonato, acabou extravasando o desprezo pelo ex-clube ao dizer que havia largado o “Titanic”, numa alusão a um dos maiores desastres da história da navegação mundial.
 
A semana se encerrou com o lateral-esquerdo Jadílson, que no dia de sua apresentação ao novo clube não deixou de alfinetar o rival Corinthians, ao dizer que agradecia aos céus por não ter fechado com o campeão brasileiro de 2005 e esperado surgir outra proposta, que acabou sendo a do São Paulo.
 
Que o São Paulo é o melhor time do Brasil e um dos melhores lugares para se trabalhar no futebol brasileiro hoje ninguém tem muita dúvida. Mas o que não pode são os seus jogadores exporem publicamente tal sentimento.
 
O atleta cobra profissionalismo da imprensa, dos dirigentes e até mesmo da torcida. Mas, muitas vezes, se deixa levar pela emoção do esporte e fala mais do que deve. Dentro do São Paulo o sentimento pode até ser de superioridade. Afinal, os números e as salas de troféus comprovam isso. Mas o jogador tem de respeitar os outros colegas de profissão que estão empregados nos outros clubes e saber que algumas coisas não são para serem ditas.
 
Até porque a imprensa adora uma frase bombástica para vender mais jornal. Mas e se amanhã não restar outra alternativa para o jogador a não ser ir para aquele clube que hoje ele trata com desdém? É melhor baixar a bola. Ou deixar para levantá-la só quando estiver dentro de campo. Fora dele, ganha mais quem fala menos, sem dúvida.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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