Nova velha ordem

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Nove treinadores diferentes em 24 meses. Ou, na média, um comandante diferente a pouco menos de cada três meses. No caixa, um rombo de quase R$ 15 milhões, além de adiantamento de diversas cotas de patrocínio e televisão. No campo, simplesmente nenhum resultado expressivo alcançado.
 
Esse é o saldo de dois anos da gestão de Afonso Della Monica no Palmeiras. Eleito após 12 anos de presidência exercida por Mustafá Contursi, o atual presidente palmeirense, mesmo com saldo tão tenebroso, deverá continuar no clube por mais dois anos.
 
Em pouco mais de um mês as urnas eletrônicas da eleição alviverde deverão apontar a reeleição do atual mandatário. Ao que tudo indica, Contursi ficou politicamente com a minoria, após mais de uma década de controle total e irrestrito sobre o clube.
 
O motivo? Della Monica, apesar de não seguir nenhuma cartilha de boa administração esportiva, consegue representar o “modernismo” dentro do Palmeiras.
 
Durante todo o tempo que ficou à frente do Palmeiras, Mustafá ganhou dentro e fora do clube a fama de não gostar de futebol. Prova disso foi o rebaixamento do time à Série B do Brasileiro em 2003, ou a política de não cometer loucuras financeiras na política de contratações e salários praticados dentro do clube.
 
O embate que deve apresentar o Palmeiras é aquele que permeia a cabeça de todo administrador esportivo. É preciso cometer alguma loucura para conseguir ter resultado esportivo ou é melhor eu ser mais bem sucedido nas finanças?
 
A (i)lógica do esporte impede que o ideal seja seguir a cartilha do capitalismo. O mais importante não é ter dinheiro em caixa, mas sim uma equipe vencedora. Só que, para isso, ironicamente, o dirigente deve ser um bom administrador e manter uma racionalidade nos seus gastos. Sem um equilíbrio, as coisas simplesmente não se encaixam.
 
Equilíbrio é a palavra que mais combina com Caio Jr., o novo treinador palmeirense. Assim como, historicamente, Gilberto Cipullo administrou sempre com maestria o futebol do clube (tudo bem que, na sua época, a Parmalat havia acabado de entrar no Palmeiras). Resta, agora, a presidência ter o controle da situação. Do contrário, a nova ordem se mostrará, aos poucos, mais temerária que a velha…

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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