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Parece estranho acreditar que uma crise possa fornecer algum tipo de auxílio no desenvolvimento de uma área qualquer de atuação, em uma sociedade como a nossa, já tão cheia delas. Mas é exatamente isso que nosso futebol parece está precisando, caso queiramos que ele evolua enquanto instituição.
 
A crise é um instante decisivo que traz à tona praticamente todas as anomalias que perturbam um organismo, uma instituição, um grupo ou uma pessoa. E esse é o momento crucial em que se exigem decisões e providências rápidas e sábias, se é que pretendemos debelar o mal que nos aflige.
 
Muitas vezes, por trás de certas situações de aparente normalidade, escondem-se as mais variadas distorções ou patologias, que em virtude daquela aparência não são colocadas em questão. 
 
O futebol, considerado por alguns sociólogos como uma representação simbólica da própria vida em um sentido mais amplo, nos fornece ricas demonstrações neste aspecto.
 
Basta, por exemplo, que uma equipe comece a perder as possibilidades ou esperanças de chegar ao fim do campeonato na posição em que seus torcedores esperam, para que o ambiente comece a piorar e as críticas se multiplicarem. A partir daí, tudo é questionado. Dirigentes, treinador, comissão técnica e jogadores são colocados em xeque.
 
O lado bom desse ambiente tenso e desfavorável é que a partir daí, todos começam a perguntar, de uma forma mais séria e profunda, sobre o que estaria errado e o que poderia ser feito para que tudo pudesse melhorar.
 
A crise, portanto, impõe certas medidas que favorecem as mudanças.
 

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