A monocultura do futebol

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Caro leitor,
 
O colunista João Paulo Medina não pôde publicar seu texto semanal.
 
Enquanto ele estiver ausente, será substituído neste espaço por Antonio Afif, coordenador de gestão de carreiras do projeto Campus Pelé.
 
Formado em economia pela Universidade Mackenzie, Afif já foi diretor de marketing e assessor da presidência do Corinthians. Além disso, prestou assessoria e consultoria a diversos clubes do país e escreveu os livros “Futebol 100% Profissional”, em parceria com José Carlos Brunoro (1997), e “A Bola da Vez – O Marketing Esportivo como Estratégia de Sucesso” (2000).
 
A coluna de João Paulo Medina voltará dentro de algumas semanas.
 

Antonio Afif
 
Há vários anos ouço o amigo e professor João Paulo Medina dizer que o futebol é tratado de forma fragmentada em suas comissões técnicas – multidisciplinares, é verdade, mas carregadas de uma cultura caracterizada pela visão especialista, com pouca ou nenhuma integração entre os profissionais das mais diversas áreas.
 
É aquela velha história que sempre ouvi nos clubes de futebol em que trabalhei: “cada um tem de fazer a sua parte; eu não entro em sua área e você não entra na minha”.
 
Agora, lendo um texto recente do professor Medina, encomendado pelo mestre português Manuel Sérgio, pai da Ciência da Motricidade Humana, pude notar que os preceitos preconizados por ambos, desde os anos 80, são cada vez mais necessários ao futebol atual, que conta com um número crescente de profissionais de diversas especialidades em seus quadros.
 
A visão especialista -que propiciou bons resultados práticos no futebol brasileiro- cria no mundo atual (e isto se aplica também ao futebol) um distanciamento de uma melhor compreensão global da realidade.
 
Para Medina “a especialização, entendida de forma isolada e desconectada de suas relações com o mundo, a natureza e o homem, da forma mais ampla possível, já não faz o menor sentido”.
 
É verdade. Vemos hoje que o futebol adota alguns princípios científicos como se fossem verdades absolutas e imutáveis, que aliados com uma boa dose de empirismo dificultam novos avanços deste esporte.
 
O filósofo e apaixonado por futebol, Manuel Sérgio, respeita os antigos treinadores, pelo que podem ensinar e pelo fato do esporte mais popular do planeta ser, em primeiro lugar, prática e só depois teoria.
 
No entanto, Manuel Sérgio (que é reverenciado por José Mourinho, um dos técnicos mais admirados da atualidade), observa que a monocultura do saber, praticada por alguns técnicos de futebol, é um erro. “É preciso saber mais do que futebol, no mundo do futebol”.
 
Por isso, devemos sempre ter em mente que para entendermos de futebol, apenas estudando futebol, sem observarmos a complexidade humana, jamais saberemos o que é futebol.

A coluna de João Paulo Medina voltará a ser publicada dentro de algumas semanas

Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br

 

 

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