Com que roupa?

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Fatal Surf, Ongobongo, Radical… As marcas são as mais variadas e, geralmente, não têm absolutamente nada a ver com o futebol. Todos nós já vimos, pelo menos uma vez, durante um interminável programa de debates, os jogadores de futebol vestidos com roupas dessas marcas. Nessas horas, esqueçam o patrocinador pessoal, o do clube ou até mesmo o bom senso na hora de se vestir.
 
A invasão dessas roupas de surfe nos jogadores de futebol que participam das mesas-redondas no domingo à noite revela, mais do que uma espécie de falta de amor à camisa ao estilo Dunga, o descaso com que as assessorias de imprensa, do clube e dos jogadores, tratam o seu ativo mais valioso.
 
Apenas quando Carlitos Tevez apareceu numa coletiva de imprensa do Corinthians usando um agasalho do Manchester United, em 2005, que a discussão sobre como o jogador deve se vestir na hora de dar entrevista para a televisão foi levantada.
 
O que nós vemos no dia-a-dia é uma salada de marcas, estilos e vestimentas usadas pelos atletas, especialmente aos domingos, quando eles são convidados para irem às mesas-redondas. Mas quem perde e quem ganha com isso?
 
Bom, sem dúvida que os maiores beneficiados são essas marcas que, em troca da entrega de roupas aos jogadores, conseguem uma grande exposição na TV. Antes, não sabíamos sequer que determinadas fabricantes existiam. Hoje, lembramos facilmente de seu logotipo e do nome da empresa.
 
Para o atleta, o maior risco que existe é associar a sua imagem a um produto de baixa qualidade, que não condiz com sua classe em campo ou até mesmo com o seu estilo de vida. Em troca de roupas para a família inteira, ele acaba prejudicando até mesmo negócios mais interessantes para ele, que envolvesse, além de roupa, dinheiro.
 
O clube e seus patrocinadores, porém, acabam sendo os maiores prejudicados com toda a história. Afinal, no momento em que teriam uma grande exposição de suas marcas, eles vêem os atletas renegarem seus símbolos.
 
Deveria ser uma norma do clube exigir que o atleta, quando representasse a instituição em programas de TV ou entrevistas, trajasse o uniforme do próprio clube. Afinal, o salário do jogador é pago pelo clube, que por sua vez consegue dinheiro dos seus patrocinadores. Nessa hora, o atleta daria uma recompensa de exposição às marcas a ele ligadas.
 
Deveria ser uma preocupação do atleta saber qual é a impressão que os torcedores e, especialmente, os patrocinadores, têm desse estilo de roupa. Será que vestir roupas tão extravagantes não acaba prejudicando a imagem desse atleta?
 
Deveria ser uma preocupação dos assessores (de imprensa e de marketing) dos atletas e dos assessores do próprio clube determinar qual tipo de roupa o jogador deve usar quando está a serviço do seu empregador.
 
Não à toa, os jogadores que mais faturam no mundo são atletas que têm contratos severos de exploração de imagem. Kaká e Ronaldo, por exemplo, só usam roupas do estilista Giorgio Armani quando estão fora do Milan. Julio Baptista tem acordo semelhante com a Hugo Boss. E todos esses contratos foram fechados quando esses jogadores atuavam no Brasil.
 
Faz parte do marketing pessoal do atleta preocupar-se com o tipo de roupa que ele tem de usar durante as entrevistas na televisão. Parece tolice, mas a imagem ainda é mais importante do que o conteúdo. Infelizmente.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

 

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