Sobre o Engenhão

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Lembra que eu disse que o Macri iria ganhar a eleição pra prefeito de Buenos Aires? Pois é, ganhou. Um pouco mais de 60%. Barbada pura.
 
Lembra que eu disse que o Sheffield United iria por fogo na Premier League por achar que era o West Ham quem devia ser rebaixado no seu lugar? Não lembra? Pois é, eu disse. Aparentemente, porém, isso não vai acontecer. Quer dizer, os caras lá já definiram que o Sheffield tem que jogar a segundona, apesar de concordarem que o West Ham devia ter perdido pontos, mas agora a coisa pode ser levada para a Justiça Civil. Tapetão no melhor estilo brasileiro. O que não faz um punhado de milhões de libras esterlinas, não? Não está com cara de que vai acabar bem. Que nem o Engenhão.
 
Aliás, o Engenhão é um caso interessantíssimo de análise para prever como será o processo de reestruturação dos estádios brasileiros. É o mais moderno estádio do Brasil, visto que foi inaugurado semana passada, mas nem por isso, porém, ele tem cara de que foi uma coisa bem feita.
 
Um estádio de futebol, hoje, precisa seguir obrigatoriamente dois lemas: conforto e conveniência. O Engenhão pode até ser confortável, confesso que não sei, mas certamente não é conveniente. Não moro no Rio de Janeiro, tampouco sou um profundo conhecedor da geografia da cidade, mas sei que o estádio tem pouquíssimo estacionamento, que a estrutura viária dos arredores é precária e que o trajeto de trem é um tanto quanto espremido. Nada conveniente, portanto, principalmente se você levar em conta que esses percalços são somados a um certo sentimento de insegurança que toma conta de qualquer cidade brasileira. Muito menos conveniente.
 
Sem atender a esses dois requisitos básicos, não tem como um estádio se desenvolver comercialmente. Nesse cenário, outras questões mais pontuais como distância do público do gramado, pista de atletismo no contorno e eventuais dificuldades para captação de um patrocínio baseado nos naming rights devido ao estádio já ter um nome bastante popular acabam tendo pouca influência.

Caso um estádio não cumpra com essas premissas básicas, é certo que a maior parte do seu público em potencial vai achar melhor ficar em casa, assistindo ao jogo no sofá, comendo amendoim com procedência assegurada, tomando alguma coisa identificável e podendo estar na cama 15 minutos depois do apito final.

 
É muito mais confortável. É muito mais conveniente.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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