Choque sem Reis

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A história coloca o clássico entre Palmeiras e São Paulo como sendo o jogo do Choque-Rei, envolvendo os dois mais poderosos clubes da capital paulista, times ligados à elite e aos imigrantes italianos.
 
A história atual coloca o clássico entre Palmeiras e São Paulo como sendo o jogo do Choque sem Reis, envolvendo os dois mais deprimentes clubes do país.
 
Neste ano, o que se viu até agora no clássico de maior potencial bélico do Brasil foi um show de presepadas e aulas de não-comportamento dos dois lados.
 
A começar pela entrada dura de Edmundo em Miranda no primeiro jogo, revidada por Alex Silva em diversos lances contra Valdívia no jogo do returno. Passando pela inexplicável polêmica com Richarlyson criada por José Cyrillo Jr. e pelas declarações imprudentes de Rogério Ceni na véspera do confronto derradeiro. E se encerrando na ridícula cena do goleiro reserva são-paulino Bosco após a justa vitória tricolor no clássico da última semana.
 
Palmeiras e São Paulo remontam, aos poucos, a rivalidade criada no início dos anos 40, com a perseguição dos dirigentes tricolores ao então Palestra Itália, que foi forçado a trocar de nome em 13 de setembro de 1942 para o atual Palmeiras.
 
O que falta explicar a dirigentes, jogadores e torcedores dos dois times é que o futebol, atualmente, não permite mais comportamentos como os observados em todo este ano por figuras importantes das duas equipes.
 
O futebol atingiu um grau de profissionalização que exige de jogador e dirigente um comportamento ético e racional. Não tem cabimento um atleta violentamente tirar outro de campo, ou então quase quebrar a perna do adversário numa disputa de bola. Não tem espaço para declarações polêmicas que incitam o adversário.
 
Da mesma forma, é impensável hoje um atleta querer simular ser atingido por um objeto com o único desejo de tentar punir o adversário com a perda do mando de campo. Ainda mais quando todas as câmeras de TV ainda estão ligadas e revelam a farsa num só instante.
 
O jogo Palmeiras e São Paulo do último dia 29 de agosto tinha tudo para ser um dos grandes clássicos do Campeonato Brasileiro de 2007 e talvez do Choque-Rei. Mas passará para a história como uma partida tão ridícula quanto aquela que, em 20 de setembro de 1942, não terminou porque os são-paulinos decidiram se retirar de campo, inconformados com uma decisão da arbitragem de dar pênalti ao recém-nomeado Palmeiras, então já vencedor do jogo por 3 a 1.
 
Nem na maternidade os recém-nascidos palmeirenses e são-paulinos seriam capazes de protagonizarem discussões como a de quarta-feira passada.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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