Por que não mudar?

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O São Paulo é o virtual campeão brasileiro de 2007. Será o primeiro pentacampeão nacional sem qualquer contestação na Justiça (lembre-se do Flamengo de 1987, que ganhou; mas, para a CBF, não levou). Será o primeiro bicampeão da era dos pontos corridos. Pode ser o primeiro campeão dessa era com muitas rodadas de antecedência, ao contrário das outras quatro edições, quando o título foi decidido faltando no máximo três rodadas.
 
Não pairam dúvidas sobre a conquista iminente do São Paulo. Só que, por incrível que pareça, ainda surgem questões, fomentadas pela imprensa, sobre o sistema de disputa do campeonato por pontos corridos.
 
Os proféticos do apocalipse dizem que o campeonato perdeu a graça, que o torcedor não vai ao estádio, que ninguém dá bola para a competição. Como explicar que, nesta última rodada, tivemos mais de 30 mil pessoas para Botafogo x Fluminense; quase 20 mil em Palmeiras x Corinthians e por aí vai?
 
Os pontos corridos coroam o time que é mais regular, que tem o melhor planejamento, que procura ter os melhores jogadores para oito meses de competição, que se prepara um ano inteiro para ser melhor. A chance de imprevisibilidade é muito menor nesse formato de disputa, vide a falta de discussão, desde 2003, sobre injustiças na conquista, à exceção do título nacional de 2005, manchado pelo escândalo do apito.
 
O São Paulo campeão é o mesmo que era criticado no início do torneio após as quedas na Libertadores e no Paulistão. Era o time que não poderia ter Muricy Ramalho em seu comando por se tratar de um treinador que não sabia escalar o próprio time. Para variar, a volatilidade da imprensa é a mesma que se observa com alguns clubes neste Brasileirão…
 
Mas além da questão esportiva vale lembrar também algumas alterações, às vezes não perceptíveis ao torcedor (mas que devem estar escancaradas ao profissional do futebol), que revolucionaram o futebol brasileiro desde 2003.
 
Hoje só existe um clube na Série A sem patrocinador na camisa. E esse clube é o Vasco, sempre muito associado a Eurico Miranda. Ou seja, 19 equipes contam com a verba de uma empresa que investe para ter exposição na camisa.
 
Hoje não existe um clube que pare de jogar em setembro/outubro e só volte às atividades em janeiro. Ou seja, o fluxo de caixa não está estagnado e os atletas continuam a receber salários para realizar sua atividade-fim.
 
Hoje o Campeonato Brasileiro tem um patrocinador principal, a Nestlé, que paga para realizar ações promocionais em alguns jogos. Somente com o campeonato por pontos corridos, em que se sabe, desde novembro do ano anterior, quais são os jogos até dezembro do ano seguinte, que é possível um patrocinador investir no campeonato.
 
Hoje a média de público, obviamente turbinada pela Nestlé, é maior do que a média de todos os campeonatos disputados nesta década.
 
Por que não deixar tudo como está? Deixemos a imprevisibilidade do mata-mata para Estaduais, Copa do Brasil, Sul-Americana, Libertadores…

Para interagir com o colunista: erich@universidadedofutebol.com.br

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