Rebaixamento já!

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Muito tem se comentado a respeito da média de público do atual Campeonato Brasileiro. Ouvi alguém dizer que cabia aos dirigentes do futebol e aos profissionais da CBF descobrir por que é que o público tem aumentado tanto ultimamente.
 
Eu não sou dirigente de clube, muito menos funcionário da CBF, mas vou dar o meu palpite.
 
Partindo de uma análise bastante superficial, as estatísticas indicam que o aumento de público pode estar relacionado ao preço cobrado pelo ingresso. A média de público do segundo turno é acima de cinco mil torcedores a mais do que a média do primeiro. Em compensação, o preço médio de ingresso do segundo turno é cerca de 50 centavos mais barato em relação ao ingresso do primeiro turno. De uma maneira simplista, mas não mentirosa – é preciso salientar, o público brasileiro mostra uma enorme sensibilidade ao preço cobrado por jogo.
 
Outro fator preponderante pode ser a presença do Sport no campeonato, que aumentou a média de público na competição ao longo do ano, com seu público regular de mais de 25 mil torcedores. Outra equipe que colabora, e muito, para o aumento do público em relação à temporada passada é o Atlético-MG, com público médio de cerca de 20 mil torcedores. Notadamente, o bom início de campanha do Botafogo também auxilia nesse acréscimo. Em relação ao ano passado, o Botafogo leva 10 mil torcedores a mais por jogo, com a média de 19 mil, quase o dobro em relação à última temporada.
 
Apesar dos diversos fenômenos citados, eles são em sua essência variáveis contínuas e não explicam a ascensão recente da média de público. É possível, porém, apontar um fator simples que pode explicar a evolução do público, e ele é provavelmente a fórmula da atual competição.
 
Do jeito que o campeonato se encontra, com quatro vagas para Libertadores, oito vagas para Sul-Americana e quatro vagas para o rebaixamento, todos os clubes brigam por alguma coisa a todo o momento. Coincidindo isso com a alta competitividade apresentada pelo campeonato, todo jogo significa muita coisa.
 
A tabela de classificação indica que apenas sete pontos separam o décimo colocado da zona de rebaixamento, e os mesmos sete pontos o separam da zona de classificação da Libertadores. Isso implica dizer que o sucesso de uma partida apenas, três pontos a mais, tem um grande significado na escalada rumo à nata do campeonato, enquanto que o fracasso de uma partida, três pontos a menos, representa uma grande aproximação da zona do menosprezo total. Como a proximidade de pontos é muito grande, qualquer time até a décima quinta colocação que ganhe quatro partidas seguidas pode se tornar candidato à Libertadores, e qualquer time até a oitava colocação que perca quatro partidas seguidas se torna um grande candidato ao rebaixamento.
 
Esse fenômeno indica uma mobilidade de posição muito grande, o que gera uma atenção ainda maior em relação ao campeonato pelos torcedores, que tende a ser refletida no acréscimo da torcida presente nos estádios.
 
Contudo, essa farra pode acabar ano que vem, uma vez que o número de equipes rebaixadas deve se limitar a apenas duas. Caso o campeonato atual tivesse apenas dois rebaixados, é certo que o público presente seria bastante inferior ao atual. Afinal, clubes como Corinthians, Atlético-MG e Sport já não estariam tentando escapar da degola. Talvez apenas lutando por uma vaga na Sul-Americana, que – verdade seja dita – não é lá um grande motivador para a presença de torcedor no estádio. É muito, mas muito mais divertido acompanhar a luta do seu time contra o rebaixamento do que acompanhar a luta do seu time pela Sul-Americana.
 
Pena que no ano que vem isso acaba.

Rebaixamento já!

 
Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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