É mais fácil jogar no 4-5-1 ou no 4-4-2? No 4-3-3 ou no 3-5-2?

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2ª parte – (a geometria e as linhas de jogo)
 
Para tentarmos chegar a uma conclusão sobre a questão levantada na primeira parte desse texto (coluna anterior – “qual plataforma de jogo parece mais simples, prática e equilibrada para se assimilar dentro das dinâmicas da lógica do jogo?”), vamos clarear primeiro o significado das três competências gerais destacadas no texto anterior (adaptado de GARAGANTA, 1995):
 
1 – A estruturação do espaço de jogo;
2 – A comunicação na ação;
3 – A relação com a bola.
 
A estruturação do espaço de jogo diz respeito à competência de ocupar geometricamente o espaço de jogo de forma equilibrada e ao mesmo tempo “desequilibradora”, de maneira organizada, vantajosa e topograficamente coerente com a plataforma utilizada, com as táticas, estratégias, dinâmicas e lógicas do jogo. Essa competência deve ser compreendida tanto na estruturação do espaço defensivo quanto na estruturação do espaço ofensivo.
 
A comunicação na ação diz respeito à competência de interagir coletivamente às diversas situações-problema do jogo, através do entendimento da lógica que norteia as ações táticas e estratégicas da equipe, tanto defensivamente quanto ofensivamente.
 
A relação com a bola diz respeito à competência de interagir com a bola do jogo e de fundamentalmente compreender a funcionalidade da mesma para solução de situações-problema individualmente e coletivamente.
 
As três competências estão integradas e, como um todo, subordinadas à lógica do jogo.
 
Tradicionalmente, temos no futebol a representação numérica da formação e distribuição das equipes para um jogo, estabelecida em três linhas (linha de defesa, de meio-campo e de ataque). Então, ainda que saibamos que posicionalmente uma equipe esteja, por exemplo, jogando em um 3-4-1-2, observadores e especialistas o “arredondam” para um 3-5-2. Essa é uma discussão que merece destaque, já que a distribuição em linhas pode interferir diretamente em conceitos de amplitude e profundidade, na defesa e no ataque – mas a deixemos (a discussão) para outro texto.
 
Considerando então o “arredondamento” das linhas, notemos que ao considerarmos a “estruturação do espaço de jogo”, geometricamente, em tese, para chegarmos à plataforma de jogo mais bem distribuída e mais equilibrada no espaço, bastaria dividirmos por três (três linhas) o número de atletas a serem distribuídos.
 
Então, dez jogadores divididos por três linhas são iguais a 3,33 atletas por linha. Como não é possível haver 3,33 jogadores, “arredondamos” para três (três atletas vezes três linhas, igual a nove jogadores – sobra um). O jogador que “sobra” nessa operação matemática (ah, se o futebol fosse simples assim!) precisa ser adicionado a uma das três linhas.
 
Dessa adição poderíamos então ter o 4-3-3, o 3-4-3 ou o 3-3-4. Do ponto de vista da estruturação do espaço, se considerarmos a simplicidade da idéia das linhas, poderíamos afirmar (cuidado!) que as plataformas mencionadas (4-3-3, 3-4-3, 3-3-4) são as mais equilibradas e proporcionariam mais rápida assimilação dada a complexidade da lógica que a orientaria.
 
 
Em um exercício de imaginação, poderíamos ilustrar na figura acima a idéia de tomarmos como único ponto para a análise da questão central do texto a estruturação do espaço de jogo. Em uma divisão didática das três linhas horizontais da representação numérica e das quatro faixas verticais (faixa lateral esquerda e direita, faixa média esquerda e direita), observemos os quadrantes mais escuros (espaço geométrico vazio). Quanto mais quadrantes escuros uma plataforma de jogo tiver, mais espaços geométricos vazios existirão para serem ocupados (e logo maior dificuldade de equilíbrio posicional).
 
É claro que a figura se propõe apenas a uma representação esquemática didática. É claro também que as plataformas apresentadas podem sofrer variações de posicionamento.
 
O fato é que aparentemente o 4-4-2 e o 4-3-3 são aquelas que têm menor número de quadrantes vazios; e que está no 4-3-3, aparentemente, a distribuição mais equilibrada “horizontalmente”.
 
Porém, devemos destacar que a plataforma de jogo é apenas uma das variáveis da ocupação do espaço.
 
Não adianta a plataforma de jogo, como estrutura básica para a construção das estratégias e táticas do jogo, prever uma distribuição harmoniosa e equilibrada dentro do campo se o entendimento da lógica que a norteia não der conta de mantê-la (a distribuição) harmoniosa e equilibrada na dinâmica das ações do jogo.
 
Para tanto, devemos então (ainda, antes de chegar a uma conclusão) analisar as outras competências (“comunicação na ação” e “relação com a bola”).
 
Continua na próxima semana

Para interagir com o colunista: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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