Wheels of fortune

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Esta será a minha última coluna do ano, confesso. Semana que vem estarei de férias, mas volto logo em seguida, acredito. De qualquer maneira, vale lembrar o ano de 2007.
 
Ele poderia ser lembrado como o ano em que o Brasil foi escolhido como sede da Copa de 2014, mas convenhamos que ninguém se lembrará disso daqui 20 anos. 2007 foi, sim, o ano que o Brasil superou pela primeira vez a barreira de mil jogadores transferidos para mercados internacionais, que industrialmente é uma marca muito mais importante do que os mil gols do Romário.
 
Não há sinais, ainda, de que esse movimento de saída de jogadores irá parar. São muitas as fontes produtoras no Brasil, e fechar um eventual canal de saída, como quer o presidente da República, possivelmente apenas abrirá ou fortalecerá outros canais. O Brasil produz muitos jogadores, logo também exporta muitos jogadores. O mundo sabe que é melhor e mais barato comprar do Brasil do que produzir por si próprio. Na verdade, guarde bem essa comparação, o Brasil representa no futebol aquilo que a China representa no mundo real. Só que em vez de bugigangas, saem atletas.
 
Uma coisa muito interessante que aconteceu em 2007 foi a consolidação de jogadores brasileiros no mercado inglês, um mercado tradicionalmente avesso a atletas tupiniquins. Curiosamente, as grandes fontes de interesse dos ingleses são os volantes brasileiros, que são quase uma iguaria no mercado. A era recente começou com as aquisições de Edu e Gilberto Silva pelo Arsenal e Kleberson pelo Manchester United. Kleberson foi embora rapidinho. Edu demorou um pouco e o Gilberto Silva continua lá, pelo menos por enquanto. Depois, para o Arsenal, foram Denílson e Júlio Baptista, que – vai lá – também é volante.
 
Mas quem chegou em 2007 para o mercado inglês foi Elano, que, de repente, conseguiu se tornar o principal jogador do Manchester City e levou o time ao melhor início de temporada depois de muito, muito tempo. O técnico o adora, a torcida o idolatra e a imprensa está em polvorosa. Elano é um fenômeno no futebol inglês e tem sido até agora o jogador brasileiro mais valorizado da Premier League.
 
Porém, vem surgindo um concorrente para Elano. Anderson, do rival Manchester United, tem impressionado nas últimas aparições pelo clube. A contratação mais cara da equipe no ano – custou 31,5 milhões de euros – não havia tido aparições muito felizes no começo da temporada, mas desde que Scholes se machucou, Anderson tem se destacado jogando mais deslocado para o meio e demonstrando uma surpreendente disciplina tática e um enorme controle mental, coisas muito importantes no diferente futebol inglês. Tamanho é o sucesso recente de Anderson que ele foi eleito pelo público que visita o site da BBC o melhor jogador do clássico Manchester United x Liverpool, disputado no último domingo.
 
Não obstante, Lucas, ex-Grêmio, também tem começado a aparecer no Liverpool, fazendo que os três clubes mais tradicionais da Inglaterra, Manchester United, Liverpool e Arsenal, tenham volantes brasileiros em posição de destaque.
 
Para completar o círculo, só falta o Chelsea contratar o Hernanes.
 
Que venha 2008.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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