Despedida de solteiro

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Caros leitores da Universidade do Futebol,
 
Dedico-me nesta coluna a escrever a respeito do Campeonato Paulista da Série B, que terá seu início no próximo fim de semana.
 
A Série B (ou quarta divisão, pois encontra-se abaixo das séries A1, A2 e A3) ganhou nos últimos anos grande importância no cenário do futebol profissional brasileiro. Gradativamente, ela deve ganhar ainda maior relevância.
 
Para explicar o porquê de tal magnitude, voltamos o tempo para o final da década de 90, quando o Brasil deixou de adotar a lei do passe (em que os clubes perderam o vínculo desportivo com seus jogadores findo o contrato de trabalho). Remetemos o leitor também às recentes diretrizes editadas pela Fifa no sentido de evitar que terceiros interessados tenham qualquer direito sobre os direitos federativos (ou mesmo econômicos) dos atletas de futebol profissional.
 
Nesse cenário, equipes menores, sem grande expressão no cenário do futebol brasileiro atual, mas com menor nível de endividamento, tornaram-se atrativas ao negócio do futebol. Esses clubes passaram a desempenhar o papel de veículo para realização de negócios no futebol.
 
Grandes empresas (como a Red Bull e a Traffic) e novos empresários da bola (como o ex-zagueiro Oscar e o atual Roque Júnior) vislumbram em times que disputarão neste ano a Série B uma oportunidade de formar adequadamente jogadores jovens e talentosos que acabarão por alimentar o nosso futebol doméstico.
 
O que as empresas faziam em outros tempos com certa tranqüilidade (aquisição de direitos sobre jogadores), hoje somente o fazem (com a mesma tranqüilidade) através do gerenciamento, de forma profissional e organizada, de um clube de futebol devidamente filiado às federações estaduais. E, por estarem na última divisão, reduzem-se os custos (comparado às séries A2 e A3).
 
Esse avanço na ideologia empresarial tende a fortalecer, e muito, o futebol local.
 
É claro que a transferência de jogadores desses pequenos clubes ao exterior renderia maiores lucros a esses empresários. Porém, sabemos que um mesmo jogador vale muito mais se jogar no Palmeiras do que no Desportivo Brasil, por exemplo. Assim, os bons negócios desses clubes serão firmados (ou já estão firmados) com clubes do Brasil.
 
Assim, o massivo investimento que vemos hoje na Série B deverá promover, em um médio prazo, melhores times locais de primeira divisão.
 
Em contrapartida, a legislação aplicável (incluindo as regulamentações desportivas) passa a proteger os clubes formadores e, a cada momento, melhora também os mecanismos de exercício dos direitos desses formadores. Ou seja, o investimento torna-se ainda mais atrativo.
 
Se esse movimento tornar-se sustentável e duradouro, o mercado brasileiro será fortalecido, com benefícios não só aos investidores, como também aos clubes de maior expressão e também os atletas, que terão maior oportunidade para o sucesso.
 
Gostaria de finalizar esta coluna expressando uma grande satisfação em escrevê-la, posto que é histórica para mim. Marca o fim de uma fase profissional e pessoal. Profissional pelos motivos que deixarei para apresentar na próxima coluna; e pessoal, pelo motivo auto-explicativo do título da coluna.
 
Até a próxima!

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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