Na coluna anterior falávamos da necessidade que o profissional do futebol tem de desenvolver habilidades e competências a respeito do uso e possibilidades dos recursos tecnológicos na sua prática e planejamento.
Com base nessa frase de Roger Revelle, acrescentamos àquela discussão um cuidado que deve ser tomado quando busca-se a atualização tecnológica.
Os recursos e evoluções constantes que ocorrem nessa era tecnológica, ou Infoera, como gostam alguns, são tantos e tão dinâmicos que às vezes parece que são extremamente exagerados.
Quem nunca se pegou manuseando algum equipamento e ficou com a impressão de que ele faz mais coisa do que devia, e justamente aquilo que queremos… não conseguimos fazer?
Esse é o cuidado que está explícito na fala do cientista: os recursos tecnológicos são tantos que ultrapassam nossa capacidade de lidar com eles, de compreendê-los e desta forma atender as nossas necessidades.
O ser humano é inteligente o suficiente para desenvolver sistemas e equipamentos fantásticos, porém o saber utilizá-los parece sempre defasado, desenvolve-se primeiro e depois tentamos descobrir que podemos fazer com isso tudo.
No futebol inúmeros recursos vêm, com maior ou menor resistência, quebrando barreiras e preconceitos e se colocando à disposição dos profissionais. Ressaltamos aqui a questão de que o profissional não deve intimidar-se, pelo contrário deve capacitar-se perante as possibilidades ofertadas.
Desta forma aprofundar-se na atualização tecnológica é também fazer parte desse processo, de transformar a inteligência e essa capacidade tecnológica em sabedoria prática.
Neste ponto está o que consideramos como o profissional atualizado tecnologicamente, que consegue através de suas convicções, de sua habilidade de interpretar, analisar e extrair informações, ou seja, através de sua sabedoria, utilizar de forma inteligente toda a tecnologia possível. Com a iniciativa de buscar, inovar, explorar as possibilidades. Sem o equívoco de considerar uma filmagem específica de um jogo como alta tecnologia, mas sim o entendimento que ele próprio aplica sobre ela, e em como transforma isso em intervenção.
É uma questão de como encarar a tecnologia, e sobretudo como se posicionar frente a ela.
Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br