Refém

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IWL. Sim, essas três letras podem lembrar o “Instituto Wanderlei Luxemburgo”, propagado como o mais “profissional” curso sobre gestão no futebol do país. Mas as mesmas três letras podem significar “Investir em Wanderelei Luxemburgo”, algo que o Palmeiras tomou, no começo deste ano, como sendo a solução para seus problemas.

Luxemburgo pegou uma base montada por Caio Jr. com um time que bateu na trave para se classificar para a Libertadores em 2007. Teve essa equipe extremamente reforçada com os milhões do Grupo Traffic e, como num passe de mágica, fez do Palmeiras um clube que voltou a sonhar com títulos após quase dez anos de secura.

Mas investir no treinador carioca tem os seus reflexos. Com Luxemburgo, a diretoria do Palmeiras perdeu o poder que tinha sobre o futuro dos seus jogadores. Alguns que custaram milhões de dólares, como Valdívia, ou que demoraram anos para serem descobertos, como Wendell. 

Dois atletas que, com Luxemburgo, deixaram de ter espaço cativo na equipe e que, durante o Brasileirão, deixaram o Palmeiras. No caso do meia chileno, uma proposta milionária dos Emirados Árabes serviu de justificativa para que o maior ídolo da torcida desde Marcos fosse embora num piscar de olhos. Mas, com Wendell, a coisa foi diferente. 

Luxemburgo adora se vangloriar de que é capaz de recuperar qualquer jogador. Apostou em Léo Lima, que por ele mesmo havia sido dispensado do Santos, para ser titular no meio-campo já formado com Pierre e Wendell. Léo Lima acertou o pé na vitória sobre o São Paulo na semifinal do Paulistão. E Luxemburgo, após erguer a taça estadual, ganhou a carta branca que lhe faltava.

Depois disso, chegaram Sandro Silva e Jumar, dois volantes, para atuarem no meio-campo, então já formado por Pierre e Léo Lima e tendo em Wendell e Martinez duas ótimas opções para o banco de reservas.

Jumar e Sandro Silva foram levados ao Parque Antarctica pelo dinheiro da Traffic. E, como num passe de mágica, Luxemburgo os considera hoje titulares no lugar de Pierre e Léo Lima, sendo que Léo é a primeira opção para o banco de reservas. E Wendell? Bem, esse está comendo a bola no Santos…

No domingo, Luxemburgo não tinha Jumar, suspenso. Optou por Léo Lima e Sandro Silva para o meio-campo. Em menos de cinco minutos, Léo Lima deu um pontapé em Jean, e o São Paulo saiu na frente no clássico. Depois, aos 45, errou o passe que deu o segundo gol para Dagoberto.

No intervalo, Luxemburgo sacou Léo Lima e colocou Pierre. A marcação melhorou, e o jogo terminou empatado em 2 a 2. 

Investir em Wanderlei Luxemburgo não pode significar que o Palmeiras se tornou refém das decisões do seu treinador. E, ao que tudo indica, também do seu parceiro. Um time campeão não começa com um bom treinador, mas com uma diretoria que não é refém de técnico, patrocinador, torcida, etc.

Que o digam Grêmio, Cruzeiro e São Paulo…

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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