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Um dos filmes que mais marcou a minha infância, e eu confesso que não sei se foi de forma positiva ou negativa, foi “Os deuses devem estar loucos”. Também confesso que não lembro muito dele, tampouco pude extrair suas melhores lições, uma vez que na época eu não passava de um infante sem noção das coisas.

De qualquer maneira, a história é sobre um membro de uma tribo africana que encontra uma garrafa de Coca-Cola que havia sido jogada pela janela de um avião. A tribo nunca tinha tido qualquer contato com a civilização e, portanto, não fazia a menor idéia do que era aquela garrafa. Acreditavam, dessa forma, que era um presente dos deuses. A tribo acaba achando inúmeras utilidades para a garrafa, o que também gera alguns conflitos entre os membros da tribo, uma vez que todos queriam o objeto e ele só era um. Por fim, resolvem que o melhor é jogar o presente para fora do planeta. Bom. Você deve se lembrar dessa história melhor do que eu. Qualquer coisa, consulte o Wikipedia, que foi o que eu fiz.

O que importa aqui é mais o significado da história do que o próprio filme em si, obviamente. Uma das idéias da peça é dizer que uma mesma coisa pode ter inúmeras representações em si e trazer diferentes utilizações, dependendo de quem a interpreta.

E isso acontece com o futebol. O seu significado e a sua utilização variam de acordo com a cultura na qual ele está inserido, apesar de ser essencialmente a mesma coisa, onde quer que seja. E isso implica diretamente na construção de um fenômeno multifacetado que acaba apresentando diferentes coisas ao redor do planeta e ao longo do tempo.

Esse é o caso pontual, por exemplo, do Manchester City. É óbvio que o mundo árabe não acha que o futebol é investimento. Aliás, é óbvio que uma parte significativa dos donos de futebol dos clubes do mundo não acha que futebol é investimento. E é por isso que eles se permitem fazer uma proposta absurda dessas.

E isso vai criando implicações na indústria. Tem gente que quer ganhar dinheiro e tem gente que quer gastar dinheiro. E assim vai indo.

Futebol, naturalmente, não é igual a uma garrafa vazia de Coca-Cola. Pelo menos não pra mim.

Para alguém, deve ser.

Para interagir com o autor: oliver@cidadedofutebol.com.br

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