Teoria da Tecnologia Esportiva III: processo digestivo do impacto tecnológico

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade
Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

Dissemos, em outra ocasião, que tecnologia deve ser compreendida não como sinônimo de perfeição, e sim, de otimização, de aperfeiçoamento e melhoria para atingir os objetivos de forma mais eficaz. E requer uma “intimidade” com os recursos até a transição necessária para a intervenção prática.

Essa familiarização é parte do investimento pessoal que o profissional pode fazer no desenvolvimento de suas habilidades e competências nesse setor. Aliás é imprescindível que seja investido tempo nesse processo. Afinal, a chegada de novas perspectivas interfere nos valores e paradigmas que estamos habituados e quase sempre gera incomodo.

Lima (2000, pág. 12) traz algumas frases famosas sobre a chegada de novos recursos ou ainda de momentos nos quais se fazia uma leitura inicial sobre um novo impacto tecnológico. Eis algumas:

“Pessoas bem informadas sabem que é totalmente impossível transmitir vozes através de um fio, e mesmo que isso fosse possível, esse tipo de ação não teria nenhum valor prático”.
Editorial do Boston Post (1895)

“Eu penso que o mercado mundial só tenha condições de absorver cinco computadores”.
Thomas Watson, presidente da IBM (1943)

“Computadores, no futuro, talvez cheguem a pesar não mais do que uma tonelada e não menos do que meia”.
Popular Mechanics – Forecasting the Relentless March of Sciencie (1949)

“Não existe nenhuma razão prática para que as pessoas desejem ter um computador em suas casas”.
Ken Olson, presidente fundador da Digital Equipment Corporation (1977)

O autor comenta a seguir que dadas situações não devem ser encaradas como falta de competência ou visão por parte dessas pessoas, apenas uma percepção baseada nos paradigmas daquele momento.

“Estas pessoas, que tinham experiência e conhecimento em seus segmentos de atuação. Faziam afirmações como estas, não porque estivessem desinformadas ou porque tivesse algum tipo de preconceito relativo à tecnologia. Muito provavelmente suas afirmações fossem fruto do que denomino ‘processo digestivo do impacto tecnológico'”. (LIMA, 2000, pág. 13)

Esse processo digestivo do impacto tecnológico proposto pelo autor é, sem dúvida, um dos fatores preponderantes para que o profissional desenvolva a sua atualização profissional, pois, sem o planejamento prévio para absorver e compreender as novas relações de produção e interação com o mundo tecnológico, seria muito complicado para desenvolver, a partir disso, a sua intervenção.

Ainda existem outros elementos pertinentes à atualização profissional, os quais configuram-se como pré requisitos para  o desenvolvimento  das capacidades e habilidades. Afinal, assim como em outras disciplinas deve-se compreender e aprender a lidar com os recursos tecnológicos, suas contribuições e limitações na prática do futebol.

Daremos seqüência no próximo texto com mais algumas competências tecnológicas do profissional do futebol tendo como “pano de fundo”, a idéia que já havíamos apresentado no texto do dia 9 de dezembro de 2008, intitulado “Atualização tecnológica: mão dupla”.

“A atualização tecnológica depende muito do profissional, deve ser uma busca constante daquele que pretende se diferenciar no mercado, mas também, devemos cobrar e alertar as entidades envolvidas de que elas precisam criar mecanismos de capacitação dos profissionais para lidar com os avanços que hoje a ciência e a tecnologia trazem para o esporte”.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Share on pinterest

Deixe o seu comentário

Deixe uma resposta

Mais conteúdo valioso