Pesquisa e desenvolvimento

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O Internacional desenvolveu e produziu, no fim de 2008, um boneco em miniatura do seu capitão e ídolo da torcida, o argentino Guiñazu. Resultado: vendeu 5.000 unidades em cinco meses ao custo de 50 reais cada, com faturamento de R$ 1.500.000. Na esteira deste sucesso comercial, o clube acaba de lançar a miniatura de outro craque argentino de seu elenco, D’Alessandro.

O Flamengo também anunciou, neste mês, o lançamento de bonecos de ídolos históricos, a começar pelo folclórico Nunes, chegando ao recém-aposentado Fabio Luciano e ao “Imperador” Adriano.

Confesso que não sei se já virou notícia, mas é provável que a estas iniciativas se somem o mini Ronaldo Fenômeno do Corinthians muito em breve…

Agências de turismo especializadas nas viagens do clube e de seus fãs também podem servir como ótimos exemplos (no Brasil, já percebemos esta realidade em alguns deles).

O licenciamento de produtos dos clubes sob esta forma de brinquedos e ícones dos ídolos não é inédito. Clubes europeus têm tido êxito com uma vasta gama de produtos licenciados, geralmente fabricados na Ásia (China), o que acaba aumentando ainda mais suas margens de lucro – ressalvas sobre direitos humanos à parte… Eu mesmo pude ver na Europa coleções completas dos melhores jogadores de Barcelona, Valencia e Real Madrid à venda nos principais magazines, com preços e tamanhos variados. 

Tais exemplos são significativos do potencial de geração de novas fontes de receita para os principais clubes do futebol brasileiro.

Entretanto, para que se possam ampliar os efeitos positivos desta segmentação de mercado, os clubes deveriam dedicar atenção à criação de um setor especializado em pesquisa e desenvolvimento de produtos, serviços e projetos, que poderia ser vinculado diretamente ao seu departamento de marketing.

Para corroborar com o cenário favorável, os clubes podem realizar pesquisas de forma privilegiada, principalmente junto aos torcedores ou sócio-torcedores, cuja avidez em fazer parte da vida cotidiana do clube é notória. Isso possibilita o desenvolvimento de produtos com risco de insucesso minimizado e não deixaria o clube refém de lançamentos de “oportunidade”, muito condicionados ao timing correto.

Os sócio-torcedores e torcedores representam o melhor perfil de consumidor, pois advogam em favor da marca do clube e multiplicam os efeitos do posicionamento dos produtos e serviços junto às suas redes sociais.

Somem-se a isso as maravilhas do e-commerce atualmente e o mercado poderá vivenciar taxas exponenciais de crescimento.

Não obstante, os processos de desenvolvimento de novos produtos e serviços demandam análise aprofundada de informações e fatores de influência, tais como dados demográficos, socioeconômicos, mercado consumidor, custos de produção, capacidade de produção, de distribuição, de promoção e de comercialização.

Portanto, cumpre destacar que o termo consagrado no mundo dos negócios, e que o futebol deve obedecer é, nessa ordem, pesquisa e desenvolvimento – não o contrário.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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