Seleção Brasileira de Futebol e os atalhos do jogo: menores distâncias percorridas e mais partidas vencidas

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Chegou ao fim a “Fifa Confederations Cup”, ou simplesmente Copa das Confederações. A seleção brasileira de futebol foi mais uma vez campeã. Mas, como tudo passa muito rápido nesse nosso mundo, já não é mais notícia nos jornais esportivos Brasil a fora. Kaká, Copa Libertadores, pré-temporadas na Europa, Copa do Brasil, etc., etc., etc… Novos (ou velhos) assuntos vão chegando e saindo do noticiário esportivo, e a vida segue.

Pois bem. Ainda que possa parecer notícia atrasada – mas não tendo nada a ver com notícia e muito menos atrasada – quero hoje falar da Copa das Confederações; ou melhor, da seleção brasileira de futebol na Copa das Confederações.

O Brasil das confianças e desconfianças teve um desempenho muito bom. Se considerarmos que “no futebol competitivo, um bom treinador e uma boa equipe são os que vencem, são os campeões” e que isso “passa pela valorização futebolística e humana dos jogadores, pelo interesse que eles colocam no que fazem, pelo valor que eles descobrem em si mesmos e nas vitórias que perseguem” (MANUEL SÉRGIO, 2008, p.124), podemos dizer que o desempenho foi muito bom mesmo.

Se buscássemos entender e analisar o rendimento da equipe brasileira por outras lentes, que não somente a do resultado final, certamente teríamos muito para discutir. Talvez mais prós, talvez mais contras. O fato é que a seleção do Brasil foi campeã, e isso vai ser usado a favor do meu argumento que virá na seqüência.

Recentemente levantei, aqui nesse espaço, questões e propus reflexões a respeito de outra forma de olhar para a fisiologia e para a preparação física no jogo de futebol. Sem querer mais polêmicas, mas com o intuito de uma sutil provocação quero dizer ainda aos que não tiveram acesso à informação: a seleção brasileira de futebol, a equipe campeã da Copa das Confederações foi a equipe que percorreu menor distância nos jogos dentre todas as participantes da competição.

Vejamos a figura abaixo:
 

 

Observemos que a equipe do Brasil não só foi a que percorreu a menor distância nos jogos, como também comparada a seleção dos Estados Unidos, que foi a vice-campeã, “desbravou” 34 quilômetros a menos no total percorrido nos cinco jogos que jogaram. Se levarmos em conta que um jogador em uma partida percorre em média entre 10 e 11 quilômetros, podemos dizer que a seleção norte-americana “correu” para mais três jogadores quando comparada ao Brasil.
 
A seleção brasileira ganhou, percorreu menor distância (correu pelos “atalhos”?!) e ainda – é só consultar o site da Fifa para conferir – acabou correndo menos também (em intensidade relativa as velocidades de deslocamento).
 
Não estou eu aqui a defender que não se corra em campo, que os jogadores não precisam se deslocar e que a movimentação não é importante no jogo.
 
Nada disso.
 
O que quero mais uma vez, é chamar a atenção para o fato de que o jogador se desloca jogando (por motivos, significados, intenções), para resolver problemas do jogo.
 
Isso quer dizer que para uma tarefa qualquer do jogo que precise ser resolvida, resolvê-la não significa necessariamente correr. Da mesma forma, percorrer maiores distâncias (ou correr mais) não vai necessariamente ser solução para os problemas que surgem no jogo.
 
Se fosse uma maratona, ou outra prova de corrida e resistência, e não o jogo de futebol, certamente os números da seleção brasileira com relação a distância percorrida não seriam animadores quando comparados aos dos seus adversários.
 
Há quem prefira dizer que esses resultados significam tão e somente que os jogadores brasileiros estavam mais cansados do que seus pares oponentes.
Pode ser. O fato é que, por esse ou por outro motivo qualquer, prefiro a idéia de que o Brasil correu “melhor” (e não “mais”) para resolver os problemas do jogo (e os seus).
 
Inegável é que a seleção brasileira, foi circunstancialmente melhor, afinal venceu a competição.
 
E para terminar, uma coisa:
 
– Ou eu ou o Van Gaal, um dos dois deve estar com problemas para entender futebol neste momento. Ao que me consta, e espero estar errado, ele não quer contar com o Lúcio (o Lúcio, capitão da seleção brasileira de futebol!) na sua equipe na Alemanha. Com tantas conquistas do treinador holandês, quem realmente deve estar com problemas sou eu. Espero melhorar…
 
Citação presente no corpo desse texto:
SÉRGIO, M. Textos insólitos. Lisboa: Instituto Piaget. 2008.

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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