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Nos próximos dias, o país viverá uma enxurrada de matérias sobre a natação. Como é, o que é, os benefícios da prática, onde nadar, com quem nadar… Enfim, uma série de matérias que vai fazer com que o brasileiro tenha mais próximo de si o debate sobre uma modalidade esportiva.

Os ouros conquistados por Cesar Cielo mostram claramente que a imprensa precisa do ídolo para que possa desenvolver uma modalidade esportiva. Num país carente de vitórias, ter um atleta brasileiro no alto do pódio entre grandes nomes do esporte mundial é sinônimo de manchetes de jornais, capas de sites e revistas.

E o futebol em meio a esse contexto?

Historicamente nos acostumamos a ver o futebol dominar e sufocar todas as outras modalidades esportivas por conta da presença dos grandes jogadores nos torneios nacionais. Isso ajudou a desenvolver a paixão clubística que, por sua vez, fomentou a manutenção do futebol na mídia constantemente.

Só que, hoje, o futebol brasileiro ganha cada vez mais concorrentes. Não, no caso não falamos aqui dos ouros conquistados por Cielo, que sem dúvida merecem ser destaque em todo o noticiário, mas que provavelmente não se sustentará por muito tempo graças à insistência do país em não criar projetos duradouros de formação de atletas.

O futebol, no Brasil, concorre com o próprio futebol, mas aquele jogado na Europa. Hoje o torcedor brasileiro se acostumou a ter de assistir aos campeonatos europeus para poder ter contato com os principais jogadores brasileiros.

E esse é o grande dilema do país na atualidade. A imprensa nada conforme a maré. Se o ídolo está lá, ela também estará. Se o astro da seleção brasileira jogar no exterior, ela mostrará o jogo desse atleta. E o futebol no Brasil, como é que fica?

Enquanto não se preocupar em manter o jogador em atuação no país, em dar melhores condições para o acesso dos torcedores e em buscar outros meios de contato com o torcedor, o futebol do Brasil corre o risco de virar a exceção. Obviamente que isso é muito no longo prazo.

Mas os clubes têm de encontrar maneiras para manterem a atenção da mídia não apenas pela força de marca que têm, e sim pelo produto que podem oferecer. Do contrário, a maré vai lá para o Velho Continente.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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