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Que a TV é essencial para a promoção do esporte, não há dúvida alguma. Mas, neste final de semana, tivemos uma mostra de que os interesses dos meios de televisão não podem ser superiores ao esporte em si.

Internacional x Flamengo disputaram uma maratona aquática no estádio Beira-Rio. O jogo era o escolhido pela TV para compor a grade de programação da emissora no domingo. Só que o aguaceiro que castigou Porto Alegre fez com que o óbvio aparecesse: era impossível jogar futebol no gramado do Beira-Rio.

Só que o árbitro Sandro Meira Ricci, do Distrito Federal, achou melhor não contrariar os interesses daquela que pagou R$ 400 milhões para exibir o campeonato em 2009. E, assim, decidiu fazer a bola rolar (?) no gramado (?) do Beira-Rio.

O que se viu a partir daí foram 90 minutos de nenhuma bola rolando e de muita água espalhada, chute errado, canela preservada… Futebol, daquele que a gente gosta de assistir, não teve absolutamente nada.

Em vez de preservar a qualidade do espetáculo, o árbitro da partida preferiu dar bola para a emissora de TV, que por sua vez teve de tudo para mostrar, menos a bola de fato!

Imprevistos acontecem, e a própria emissora que detém os direitos de transmissão sabe disso. E, se é para exibir um jogo de futebol em que não se há jogo, o melhor é reprisar um filme enlatado ou até mesmo mudar o sinal para outra partida que acontece no mesmo horário, algo que é absolutamente compreensível para o torcedor. Além de ser mais justo para ele.

O poder de decisão da TV no futebol tem um limite. Ela até pode determinar alguns horários, escolher quando será uma partida para atender seus interesses de grade de programação ou pedir que um determinado time esteja mais vezes na TV. Afinal, é ela quem paga a maior parte da conta de um torneio.

Mas o limite da TV é, claramente, o limite da preservação da qualidade do produto. Se esse status inviolável do esporte for preservado, todos saem ganhando. Inclusive a TV. Afinal, não seria melhor se neste último domingo houvesse um jogo de futebol transmitido na telinha em vez da maratona aquática do Beira-Rio?

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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