Muitas pessoas acreditam que a sinestesia é uma doença, mas não é. É um fenômeno sensorial que ocorre por meio da memória e pelo excesso da criatividade.
É o que acontece conosco quando vamos a um evento esportivo efervescente, como uma partida de futebol com estádio lotado.
Sentimos coisas que nos confundem a racionalidade, a lógica entre causa e conseqüência.
Passamos por diversas situações emocionais, aspiracionais, cujo espectro vai do mais positivo ao mais negativo.
As crianças imaginam-se no lugar dos craques dentro de campo. Os adultos imaginam o que fariam, fora do campo, se fossem os craques.
Vitória, derrota, empate, cantos e coreografias da torcida. Tudo tem seu significado particular e provocativo no torcedor que freqüenta os estádios.
Percepções sensoriais que reforçam a tendência do marketing de experiência. Nada mais impactante que o esporte como catalisador para esta vertente de negócios.
Os clubes brasileiros ainda exploram pouco este segmento, mormente na gestão da hospitalidade corporativa, onde as empresas utilizam camarotes e áreas VIP, como relacionamento com sua cadeia de negócios.
Seguramente, o leque de possibilidades é maior, com programas de viagens, competições desportivas que envolvam ídolos do passado e do presente, promoções de acesso às instalações desportivas, jantares, leilões, sessões de autógrafos.
De forma descontrolada, a sinestesia se manifesta a qualquer momento, como, por exemplo, ler uma determinada palavra e sentir o gosto de um doce, ou escrever uma letra e relacioná-la com a cor verde.
A maioria dos sinestésicos é canhota e tem problemas em distinguir o lado direito do lado esquerdo.
O maior desafio dos gestores esportivos é, justamente, desenvolver essa capacidade de distinção, organização e viabilidade de execução de idéias, quando o valor intangível extrapola o planejamento racional.
E tem muita coisa nessa mistura cerebral com poder de geração de receitas para os clubes.
Agora, não confundir sinestesia esportiva com sinestesia administrativa é fundamental.
Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br