Técnico ganha jogo, mas não campeonato

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O Palmeiras moveu mundos e fundos para contratar Muricy Ramalho no meio do ano. Depois de chegar ao limite do tolerável com Wanderley Luxemburgo, a diretoria do clube decidiu que era hora de ser “ousado”, de mostrar “vontade de ser campeão”. E aí, ninguém melhor do que o treinador tricampeão nacional para recolocar o Palmeiras na trilha das vitórias.

Muricy assumiu o clube na vice-liderança do Brasileirão. Após um início capenga com Luxemburgo, a equipe deslanchou com o interino Jorginho, deu uma arrancada que o deixou próximo à liderança, consumada apenas quando o treinador assumiu o comando do time.

Desde então, foram quase 20 rodadas com o Palmeiras no topo da tabela da principal competição do país. Até que, a cinco jogos do final do campeonato, Muricy deixa a liderança e a entrega para o São Paulo, não por coincidência o clube onde o mesmo treinador foi tricampeão nacional…

A emblemática queda do Palmeiras no Brasileirão tem pouco a ver com o treinador que está no comando do time. A melhor campanha neste ano, até agora, foi justamente com o técnico menos experiente, Jorginho. O fato é que, numa competição no sistema por pontos corridos, um técnico pode até ganhar um jogo, mas dificilmente leva o campeonato.

Ser campeão num torneio de 38 rodadas exige, acima de qualquer outra coisa, um time com muito mais do que 11 jogadores titulares. O ideal é que sejam 15 a 20 atletas em condições de entrar em campo e não deixar o ritmo da equipe cair. Mais do que isso, não basta também ter uma equipe talentosa dentro de campo, é preciso ter estrutura, não apenas física, mas gerencial.

O São Paulo na reta de chegada para ser o primeiro tetra nacional seguido sabe muito bem disso. Tanto que, apesar da saída de Muricy, soube se readaptar a um novo treinador e, agora, está muito próximo de consagrar o clube mais uma vez campeão do país.

O chororô de qualquer outro time ou torcida não passa pelo óbvio. Não é o São Paulo que tem “sorte”, mas sim estrutura. O clube é um dos poucos do país a pensar na temporada durante todo o ano, com peças de reposição na equipe principal, com pessoas trabalhando para melhor e mais rapidamente recuperar atletas, para desgastar menos o clube com viagens, etc.

A derrocada de Muricy no Palmeiras tem muito a ver com isso. Entre os times que estão na disputa do título do Brasileirão, ele foi quem menos reforçou a equipe na janela de transferência. Na reta decisiva, as lesões de Pierre e Cleiton Xavier foram absolutamente sentidas, sem haver atletas à altura para substituí-los.

Nessas horas, nem um bom treinador é capaz de resolver o problema. Afinal, o limite do seu trabalho, notadamente, é quando a bola começa a rolar…

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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