Ninguém tem falado muita coisa sobre a Copa do Mundo de 2014.
Quer dizer. Falar, falam. Mas nada de útil. Nem de novo.
E existem temas que precisam ser falados.
Discutidos.
Debatidos.
Mas que estão sendo ignorados.
Violência, hooliganismo, terrorismo. Essas coisas.
Só se fala de estádio e infraestrutura urbana, o que, convenhamos, é o básico.
Mas, é preciso falar sobre outros assuntos.
Um, em particular, causa calafrios as nossas pueris almas conservadoras.
E será, possivelmente, um dos maiores problemas sociais que a Copa do Mundo irá trazer.
O ônus do bônus.
O opa da Copa.
O turismo sexual.
Alguém tem que falar.
O Brasil é mundialmente reconhecido como um dos grandes pólos de turismo sexual do mundo, junto com o leste asiático.
Que é fomentado por homens, residentes em países mais desenvolvidos, solteiros e de meia idade, que podem ir a esses países e fingir que são ricos.
E, como são ricos, atraem determinado tipo de mulher, ou não, e com elas estabelecem relações comerciais. Esse é o perfil.
E, adivinha qual é o provável perfil da maioria dos torcedores que virão para a Copa do Mundo no Brasil?
Igual ao citado acima. Mas, que gostam de futebol.
Que vêm para beber. Para festejar. Para dizer, no final, que aquilo que acontece no Brasil só pode ficar no Brasil.
O Robin Williams não é solteiro, acho. Mas deu uma indicação clara do que representa o Brasil aos olhos estrangeiros. Festa. Drogas. Sexo. Diversão. Brigas. E, no caso da Copa, futebol. E mais brigas. E mais tudo. Inclusive sexo.
Copa do Mundo não é diversão pra família. Muito menos por aqui.
Seja pelo fato da imagem de violência e confusão do país, somada à Copa do Mundo, fazer com que pai, mãe, filho, filha e avó prefiram destinos mais seguros e organizados, ou seja, apenas pelo fato de que a maioria das famílias não vão querer trocar o raro verão do hemisfério norte pelo verão frio e chuvoso de algumas cidades do sul do país.
Sobra pra quem está disposto a passar por isso: homens, solteiros, de meia idade, com certa grana no bolso, que querem ver futebol, brigar, beber, festar e fazer sexo. Não necessariamente nessa ordem.
Isso, claro, tem impacto econômico.
Você pode, por exemplo, investir em ações da indústria contraceptiva.
Porque, solteiros, possivelmente, preferem continuar solteiros nove meses depois da Copa. E sem filho pra criar.
Mas, em caso de falhas, você pode montar um escritório que trabalhe com a justiça da família internacional.
Nichos de mercado.
Que, se as autoridades continuarem nessa lengalenga atual, serão os mais lucrativos.
Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br