Overbola

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Desde 6 de dezembro que a bola, no Brasil, parou de rolar. Ou melhor. Pelo menos na teoria, o futebol brasileiro deveria se movimentar apenas nos bastidores nessas últimas semanas do ano. Mas, o que mais tem se visto país adentro nos dias que restam de dezembro é uma infinidade de “peladas” de final de ano.

Amigos do Cafu contra Amigos do Zezinho; Amigos do Zico contra Time das Galáxias; Amigos do Bairro contra Amigos da Rua e por aí vai.

Sim, é legal haver tanta festa assim na época do final do ano no Brasil. É algo que já começa a fazer parte do calendário até do investimento das empresas, interessadas em dar um retorno maior para clientes, amigos, funcionários. Eu patrocino o jogo que terá o Zico e faço uma ação de marketing envolvendo o Galinho. Ou, ainda, levo Ronaldinho Gaúcho para a cidade onde minha empresa tem atuação.

Até aí, nada de mal. Pelo contrário. Uma grande sacada e um novo mercado que se abre para o marketing no futebol. Mas o problema é quando começamos a ver quase todas essas “peladas oficiais” sendo transmitida na televisão. Aí é que a coisa começa a ficar um pouco fora do propósito.

Um dos maiores problemas para o desenvolvimento do esporte no Brasil é a preferência descarada da mídia em falar de futebol, subjugando as demais modalidades e colocando-as num estado de completo abandono.

Quando o privilégio ao futebol é justificado pela qualidade do produto e a relevância dos torneios em disputa, tudo bem. Mas como defender que os principais canais de esporte do país abram espaço em sua grade de programação para exibir partidas com ex-atletas de 40, 50 e até 60 anos de idade?

Sim, tudo bem, é muito legal poder rever Zico, Andrade e Adílio em ação. Além de Júnior, Edu Coimbra e mais um monte de craques por aí.

Mas a overbola começa a ser um problema para o próprio futebol. A overdose na transmissão de bola na telinha no Brasil pode começar a fazer mal para o fortalecimento dos clubes e dos campeonatos pelo país.

Qual a expectativa que se pode criar em torno dos campeonatos estaduais, por exemplo, se só deixaremos de ver futebol na televisão por nem ao menos uma semana (a Copa São Paulo de Juniores já começa logo após a chegada de 2010)?

As maiores audiências da televisão estão no futebol. Isso é inegável. Mas até mesmo o mais fanático consumidor de futebol na telinha precisa de pelo menos umas semanas de férias. É natural. Até para descansar um pouco os ouvidos dos mesmos narradores e comentaristas de sempre.

Mais uma vez a mídia, em busca da audiência, acaba prejudicando o esporte. Que neste 2010 que se aproxima possamos viver uma nova era para a transmissão do futebol na TV. O conteúdo, mais do que nunca, tem de ser valorizado. Pode ter certeza que ele se encarrega de elevar o índice de audiência.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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