Dia desses, após uma palestra em que fui falar sobre os aspectos táticos do treinar e do jogar “zonal”, pediram-me para falar um pouco sobre a “flutuação das linhas zonais elásticas”. Como o tema rendeu boas discussões, e como muitos dos ouvintes não tinham idéia do que se tratava, resolvi escrever um pouco sobre o assunto na coluna de hoje.
Primeiro vamos recapitular o conceito de flutuação (ou basculação). Esse conceito diz respeito à dinâmica de ocupação do espaço do campo de jogo por uma equipe, quando ela se move “horizontalmente”, ou seja, de lateral a lateral (em largura).
Quando uma equipe adota um jogar zonal, passa a ter como principal referência (mas não a única) ao se defender, a movimentação da bola. Isso quer dizer que de acordo com a movimentação da bola, os jogadores devem manter as estruturas e desenhos que caracterizam a equipe.
Então se um time se organiza zonalmente no 1-4-3-3, com um triângulo no meio campo, uma linha de quatro jogadores na defesa e de três no ataque, ao flutuar de um lado para o outro, não poderá (a menos que a referência posicional seja outra) perder o desenho que caracteriza suas linhas.
O mesmo vale para qualquer esquema tático ou qualquer estrutura geométrica definida para uma equipe.
Pois bem. Quando uma equipe constitui, por exemplo, na composição do seu meio campo, uma linha de quatro jogadores, esta deve ser mantida, com as devidas eqüidistâncias entre seus componentes, em todo e qualquer movimento de flutuação.
Algumas equipes, porém, para manter o equilíbrio horizontal (a melhor ocupação dos espaços em largura) e evitar bolas “viradas” ou “invertidas” de uma faixa lateral para a outra do campo de jogo, pelo adversário, passaram adotar “linhas elásticas” em suas flutuações.
Elas receberam esse nome porque a distância entre o jogador da linha que está no lado oposto da bola, e o seu companheiro mais próximo (companheiro de linha), não respeita a mesma dinâmica de posicionamento dos demais jogadores. Enquanto todos flutuam mantendo iguais (ou aproximadamente iguais) os espaços entre eles, o jogador que está no lado oposto da bola deixa a distância aumentar um pouco mais, com relação ao jogador da linha que está mais próximo dele.
Obviamente que outras soluções foram e vêm sendo empregadas para manter a flutuação em linha, sem necessidade de se fazer a linha elástica para impedir a “inversão” de bolas de uma lado para o outro do campo de jogo.
Essa porém, foi uma das soluções mais empregadas, especialmente por não necessitar de grandes mudanças a partir das dinâmicas iniciais das equipes na flutuação das linhas.
Por hoje é isso…
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