Olá amigos!
No texto anterior, fizemos a seguinte pergunta referente aos novos produtos e recursos tecnológicos no esporte: “Quem participa do desenvolvimento desses novos produtos, das inovações que chegam tanto ao publico como ao atleta e treinador?”.
Identificamos alguns segmentos e profissionais que podem ou devem fazer parte do processo de desenvolvimento, cada qual com um interesse específico. Ou ainda com mais de um interesse.
Hoje, damos sequência ao tema, tentando especular sob a ótica do gestor esportivo. Imaginando como ele deve encarar e participar desse processo.
O que representam as inovações para o gestor?
Nesse aspecto, é necessário fazermos, ainda que superficialmente, alguns esclarecimentos e diferenciações. Para ser breve caracterizemos dois tipos e gestor.
O gestor fornecedor é aquele que lida com o desenvolvimento das inovações que chegarão ao esporte, ao público, que busca desenvolver e ampliar mercados por meio de inovações ou melhorias em seus produtos e serviços.
O gestor usuário é aquele que se beneficiará dos serviços e produtos, utilizando-os como instrumentos para alcançar seus objetivos.
Para o gestor fornecedor, é possível identificarmos como interesses:
O desenvolvimento de um produto que ganhe escala ou grandeza financeira;
Fortalecimento da imagem da empresa;
Aquisição de valores agregados, atribuídos pelos consumidores como qualidade e solução.
Para tanto é necessário que sua participação seja parametrada em pesquisa de mercado do ponto de vista de identificar o que o consumidor procura, seja ele o gestor usuário, ou mesmo o grande público. E o mais importante: conseguir gerir um modelo de negócios que contemple ambos, seja aproximando-os sob algum eixo comum do produto em si, seja unindo-os sob o prisma de imagem e publicidade (o que é mais comum).
Uma chuteira pode calçar uma equipe inteira mediante acordos financeiros vantajosos, o que contempla alguns dos interesses do gestor usuário, porém não se pode esquecer da qualidade e inovações para o seu principal usuário no campo do alto rendimento que é o atleta, o elemento comum entre os segmentos de alta performance e o grande público (com este por meio da imagem).
Por outro lado, o produto deve ser pensado como qualquer outro visando o grande público, além das questões comerciais que não entraremos em detalhes, como ponto de distribuição, por exemplo, do ponto de vista tecnológico deve oferecer ao consumidor alguns aspectos primordiais como segurança e conforto, além dos fatores mercadológicos como design e individualidade.
Lembro remotamente de um recente suposto problema com um modelo de chuteira que foi ventilada como possível causa de lesões em atletas de alto rendimento, dada a incidência em curto espaço de tempo de algumas graves lesões de joelhos em atletas de alta performance, que provavelmente afeta a imagem junto ao grande público.
Assim, é imprescindível a participação do gestor fornecedor na concepção do projeto de novos produtos, nas tomadas de decisões estratégicas e no acompanhamento das tendências do mercado consumidor.
Quanto ao gestor usuário, podemos identificar como interesses:
A utilização dos produtos e serviços para otimização dos processos utilizados para alcançar seus objetivos, seja ele gestor de uma entidade esportiva vinculada a resultados de campo, como um clube de futebol ou ainda como entidade organizadora como uma federação;
Obtenção de resultados;
Instrumentos de avaliação e controle;
Ferramentas de apoio e suporte para o desenvolvimento do trabalho.
Para o gestor usuário, o foco vai estar sempre vinculado ao resultado, mas o item relacionado ao suporte ao trabalho ganha importância ímpar nesta questão.
Suporte este que pode estar desde equipamentos de musculação que facilitam os processos de planejamento de treinos, como a aquisição de equipamentos de jogo (chuteiras e uniformes de alta qualidade) a recursos que facilitam e dão suporte ao desempenho dos atletas, como peso do material utilizado, por exemplo.
Neste caso, o sucesso pode ser visto como bons acordos que fornecem materiais e equipamentos em forma de patrocínio para fornecimento de uniformes, por exemplo, como também investimentos feitos pelo gestor em bens ou serviços que possibilitem um bom desempenho tanto do atleta como da comissão técnica. O que é uma boa chuteira e um excelente uniforme para o atleta pode ser um software ou um equipamento especifico para a comissão técnica, mas ambos têm o mesmo significado: suporte e otimização do desempenho, ainda que a questão de fornecimento tenha valores e outros interesses por trás.
Em resumo, enquanto para o gestor fornecedor a tecnologia deve ser desenvolvida com vistas ao mercado, para o gestor usuário o olhar deve ser focado no resultado, e não apenas no resultado medido em numero de vitórias, mas o resultado vinculado a desempenho e performance, permitindo que as qualidades e competências do atleta ou do técnico sejam produzidas nas melhores condições possíveis, sejam elas de estrutura, equipamentos ou sistemas, para aí sim buscar o resultado.
Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br