Segundo a Wikipédia, o conceito de nação: do latim natio, de natus (nascido), é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e tendo os mesmos costumes, formando, assim, um povo, cujos elementos componentes trazem consigo as mesmas características étnicas e se mantem unidos pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional.
O elemento dominante, que se mostra condição subjetiva para a evidência de uma nação, assenta no vínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver coletivo. É, assim, a consciência de sua nacionalidade, em virtude da qual se sentem constituindo um organismo ou um agrupamento, distinto de qualquer outro, com vida própria, interesses especiais e necessidades peculiares.
O Estado é uma forma política, adotada por um povo com vontade política, que constitui uma nação, ou por vários povos de nacionalidades distintas, para que se submetam a um poder público soberano, emanado da sua própria vontade, que lhes vem dar unidade política. A nação preexiste sem qualquer espécie de organização legal.
O Estado, ao deter o monopólio da força (Justiça), surgiu para organizar, minimamente, a nação ou distintas nações que coexistam num dado território (não menos importante, mas apenas um dos elementos formadores de uma nação).
A Europa conseguiu, a partir da União Européia, minorar as desigualdades socioeconômicas dos Estados-membros. Os Estados mais fortes contribuíram para o avanço de todos. Entretanto, fez e faz questão de preservar as diferenças culturais, valorizando-as, inclusive.
O feito dos europeus é mais bem explicado e resumido em uma palavra: supranacionalidade.
A supranacionalidade pressupõe que cada Estado-membro abra mão de parte de sua soberania, nas mais distintas e delicadas áreas, para que ela seja cotejada com interesses comuns a todos os que compõem a União Européia.
Você já deve ter ouvido as expressões “nação rubro-negra”, “nação alviverde”, “tricolor”, “colorada”, etc.
De fato, muitos elementos de uma nação qualquer estão identificados em uma dessas nações do futebol.
O futebol carece de um senso maior de supranacionalidade. O equilíbrio das competições e das ligas é tanto maior quanto mais seja praticado este princípio.
Vide o G4 Paulista que, se engrenar, irá modificar o panorama do futebol brasileiro. Já está fazendo barulho…
Não seria diferente no futebol paranaense, que carece ainda mais do senso de união supranacional. Somente com a união dos clubes para um futebol estadual forte o cenário melhora.
União para discutir e implementar melhorias. Não se trata de abrir mão de tudo aquilo que diz respeito ao sentimento nacional do clube A ou B.
Em recente entrevista de Mario Celso Petraglia, ex-presidente do Atlético Paranaense, ele defendeu a união de Atlético-PR e Coritiba a partir do projeto de uma Arena Atletiba, que forjaria o futuro de demais projetos conjuntos dos dois clubes.
De tão inusitada que é a ideia, provocou todos a parar e pensar de fato na viabilidade do plano. Até porque o território (estádio) é apenas um dos elementos de formação da nação do futebol.
Na Europa, unida, a Espanha continua Espanha. A França continua a França. A Alemanha continua a Alemanha. Isso não diminui o sentimento nacional. Pelo contrário, provoca até reações perigosas de xenofobia e racismo aos que são de fora do bloco, inclusive dentro dos estádios.
Na Itália, Milan e Inter dividem estádio. No Brasil, Cruzeiro e Atlético Mineiro dividem estádio. Os grandes do Rio e São Paulo sempre dividiram. E nem por isso deixaram de conquistar títulos e ultrapassar fronteiras nacionais em busca de novos torcedores que hoje, num processo de evolução dos investimentos no futebol nacional, traduzem-se em mais dinheiro.
A força não está apenas em cada um, agindo em separado, por maior que seja a nação ou o clube de futebol. Está no todo, no conjunto. É isso que se compra, é isso que se vende.
Na União Européia. Ou no futebol brasileiro.
Ainda que seja mais difícil se alcançar.
A Europa levou 50 anos.
E o nosso futebol, quanto levará?
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