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Apesar de eu não ser jornalista, tenho lá minhas fontes de informação.
Mas, como eu não sou jornalista, essas fontes não são nem um pouco confiáveis.

A minha fonte de Brasília, por exemplo, parece um adolescente em busca de aprovação dos amigos e, por isso, conta histórias absurdas para que eles lhe deem o mínimo de importância.

Essa fonte da capital federal chega a jurar de pés juntos, por tudo o que é mais sagrado, que a Dilma Rousseff e a Marisa são a mesma pessoa. Que o presidente, num rompante kirchneriano, decidiu fazer da sua mulher a sua candidata e, para isso, inventou um alter ego, se não a coisa não poderia ficar muito escancarada. De acordo com a minha fonte, a maior prova disso é o fato de ninguém, nunca, jamais ter visto a Dilma e a Marisa no mesmo lugar, ao mesmo tempo, tipo o Super Homem e o Clark Kent, o Batman e o Bruce Wayne, o Homem Aranha e o Peter Parker e o José Dirceu e o Nelson Jobim. Eu realmente acho que nunca vi as duas juntas mesmo. Talvez ele esteja certo.

De qualquer maneira, essa fonte está em algum lugar muito longe de ser confiável. Ainda assim, ela dá conta de uma intensa movimentação legislativa nessa semana de carnaval, o que me parece outra mentira das mais escabrosas. Aparentemente, senadores e deputados corriam pelos seus gabinetes e pelas escadarias do Congresso para debater uma medida urgente. Urgentíssima.

Devido aos últimos acontecimentos, o governo quer colocar em prática o Cadastramento Nacional do Folião. As imagens da confusão na apuração das notas do carnaval de São Paulo, aliadas a outras tantas cenas e notícias de brigas e violência por todo o país, nos dias que envolveram a maior festa do país, levaram as autoridades públicas a adotarem alguns procedimentos básicos para conter a escalada dos conflitos.

Em primeiro lugar, foi acatada a sugestão do Ministério Público de proibir o consumo de bebidas alcoólicas durante o carnaval, para evitar que foliões bêbados causem distúrbios que possam colocar em risco a segurança de todos. Previne, também, arrependimentos das mais diversas formas na manhã seguinte. O trio elétrico infrator terá seu pneu furado pela fiscalização, o bloco terá seus instrumentos apreendidos. A escola de samba que não respeitar esse regulamento será impedida de entrar no sambódromo e só poderá desfilar a uma distância mínima de 100 quilômetros do seu barracão. No caso de uma escola de São Paulo, por exemplo, ela poderá desfilar em Presidente Prudente.

Alguns criticam a medida pela consequente perda de atratividade do evento e possível diminuição de público presente, o que irá gerar perdas significativas nas receitas das agremiações e blocos carnavalescos. O governo rebate dizendo que se por um lado uma parte do público deixará de frequentar as ruas durante o carnaval, uma parcela maior ainda voltará a participar dos espaços carnavalescos por conta da maior sensação de segurança atribuída a um evento sem pessoas bêbadas.

Mas a medida mais polêmica, que gerou incontáveis debates pela internet em sites, fóruns, blogs e comunidades virtuais, além de ter gerado o maior trend topic já registrado pelo twitter em sua história, o #sambafail, é o programa de cadastramento nacional do folião, que ficou popularmente conhecido como a carteirinha do carnaval. De acordo o governo, o programa é bastante simples e será a solução para o problema da crescente violência no carnaval brasileiro. De acordo com ele, toda escola, bloco ou trio elétrico de carnaval deverá cadastrar seus foliões, permitindo apenas que aqueles que possuem a carteirinha possam festejar pelas ruas e avenidas. A fiscalização será simples e rápida, bastando que todos os cadastrados passem por uma catraca, que será colocada em um local estratégico, que terá um leitor biométrico para identificar o folião.

Segundo o governo, esse cadastramento reduzirá drasticamente os atuais níveis de violência uma vez que os indivíduos que causarem problemas poderão ser facilmente identificados e posteriormente proibidos de ingressar no carnaval. Com relação às críticas sobre os altos custos envolvidos nesse processo, o governo já anunciou que isso não é problema, porque ele lançou um projeto chamado ‘Carnaval Legal’, que vai cuidar de tudo de graça. O próximo carnaval será o carnaval mais pacífico da história, prometem as autoridades empolgadas com as novidades. Sem brigas e sem violência. Igual a todas as outras celebrações de massa no país que envolvem competitividade. Menos o futebol, é claro.

Um comentarista de Curitiba já defendeu publicamente que a Gaviões tem que ser punida pelos próximos 30 desfiles.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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