A seleção brasileira está a duas semanas na África do Sul para a Copa do Mundo. E, agora, não resta mais nada para a imprensa do que rezar pela estreia do time brasileiro no Mundial. Porque notícia, de fato, não existe mais no Golf Park em que a equipe está hospedada.
O “quartel” que foi armado a pedido do técnico Dunga, e adotado pelos jogadores e diretoria de comunicação da CBF, tem feito com que a imprensa pressione cada vez mais os jogadores e o treinador da seleção.
Treinos fechados para a imprensa, entrevista coletiva com apenas dois jogadores e só. Esse é o roteiro da seleção brasileira na Copa do Mundo. Não muda nada. Todo dia é a mesma coisa. A insatisfação é total de quem participa da cobertura. Não é possível descobrir notícia nova, tudo é extremamente controlado e fechado. O jornalista não tem condição de apurar.
Do ponto de vista do gestor esportivo, apesar da geração de algumas crises, esse esquema ajuda a controlar a informação. Ninguém sai da linha, ninguém fala nada sem que os ouvidos da diretoria de comunicação da CBF estejam atentos para captar.
Ter o maior controle possível sobre a informação é uma das premissas da boa assessoria de imprensa. O problema é quando esse tipo de atitude é tomada em meio à cobertura de seleção brasileira, com cerca de 300 jornalistas diariamente nos treinos da equipe nacional.
Do jeito que está, os jornalistas não veem a hora de a bola rolar amanhã, contra a Coreia do Norte. Só assim a pauta vai conseguir mudar.
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