Com os pés

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Nesta semana, o Brasil jogou contra os Estados Unidos e todo mundo tratou o evento como se fosse o país que mais sabe de futebol no mundo contra o país que menos sabe o que é futebol no mundo. Justo, diga-se, dado o estereótipo cultivado da aversão natural existente entre americanos e futebol jogado com os pés. Comentários sugeriam o desconhecimento generalizado das regras pelo público e o ar de excentricidade que o esporte trazia para a terra do Tio Sam.

Mas ninguém parou pra analisar de fato o crescente mercado de futebol nos Estados Unidos. Mais importante, ninguém parou pra pensar que o futebol nos Estados Unidos pode ser considerado maior que o futebol no Brasil. Pensamento excêntrico, não?

Normalmente, sim. Mas analisando dados, não. E memorize bem os números que você vai ver a seguir, porque eles podem mudar pra sempre o jeito que você vê o futebol nos Estados Unidos e, possivelmente, no Brasil.

Em 2010, a média de público do Campeonato Brasileiro, de acordo com a CBF, é de 13.351 pessoas por jogo. Na MLS, também em 2010, a média de público por jogo é de 16.143 torcedores por jogo, 2.792 (21%) torcedores a mais por jogo do que no Brasil. A média de público do Seattle Sounder, clube recém-criado, é de 36.154 torcedores por jogo, 11.247 (45%) a mais do que a média de público do Corinthians e mais do que o dobro da média do Internacional no Brasileirão desse ano.

O Seattle Sounders leva por jogo praticamente a mesma coisa que o público somado de Atlético Mineiro, Palmeiras e São Paulo e apenas 569 torcedores a menos do que Santos, Atlético Goianiense, Avaí, Guarani e Grêmio Prudente juntos. E isso é assustador.

Alguém pode dizer que isso é decorrente da boa campanha dos EUA na Copa de 2010. Justo, mas superficial. Nos últimos cinco anos, a média de público do Brasileirão foi de 15.739 torcedores por jogo. Da MLS, foi 15.996 torcedores por jogo, 227 torcedores por jogo a mais do que no Brasil.

A MLS vem se desenvolvendo aos poucos e de maneira bastante planejada. Atualmente, conta com 16 times. Até 2012, terá 19. Tudo programado, tudo bem estudado e tudo com muita, muita calma. Sem passos maiores do que a perna. Tirando um ou outro jogador, os salários e os valores de transferências são bastante inferiores, mantendo a operação financeira viável e, principalmente, estável. Devagar e sempre.

Na última terça, ficou claro que a seleção americana tem muito o que aprender com a seleção brasileira. Mas o Campeonato Brasileiro tem muito mais a aprender com o Campeonato Americano.

Para interagir com o autor: oliver@149.28.100.147

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