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O Corinthians anunciou, em meio aos festejos do Centenário, o (novo) estádio do clube, cuja localização será na zona leste da cidade de São Paulo, em Itaquera.

Até o Presidente Lula compareceu no principal evento destas comemorações, e desponta como lobista do seu clube do coração, articulando nos bastidores a aproximação entre CBF, Fifa, Ministério dos Esportes e empreiteiras.

A obra tem a previsão de conclusão ao final de 2012, e o clube, no projeto original, não demonstra pretender ser sede do jogo de abertura da Copa 2014, a despeito da exclusão do Morumbi e de não haver oficialmente alternativa para tanto até o momento.

Mesmo porque essa alteração, de 49 mil lugares para 65 mil lugares, custa alguns milhões de reais.

E, para evitar o estouro orçamentário, tido como natural – ao que parece, só no Brasil – em grandes obras de infra-estrutura e edificações, o Corinthians irá contratar uma empresa gestora de recursos, além de bonificar a empreiteira principal com a redução nos custos finais.

Mas um aspecto interessante do plano arquitetônico chama a atenção: a intenção do envolvimento dos espectadores numa atmosfera esportiva cuja experiência sensorial será privilegiada.

Por isso, todo o estádio deverá contemplar a aproximação do público ao terreno de jogo, além de camarotes, áreas especiais e espaços de convívio preparados para deslumbrar. Como costuma acontecer em estádios de ponta do futebol europeu e, principalmente, nas praças esportivas das ligas nos EUA.

O matchday é fonte de receita importante para qualquer clube, mas dela não deve depender. O que vale a pena, sim, é explorar a sazonalidade da demanda em paralelo à ocupação pelos sócios.

Fora casas de shows e alguns teatros, no Brasil, o melhor exemplo dessa tentativa de valorizar a experiência, em se tratando de esporte, é o estádio da Arena da Baixada, do Atlético Paranaense – em fase de finalização também, visando à Copa 2014.

Como bem disse o arquiteto do estádio corintiano, a concorrência do clube para atrair seus torcedores ao estádio é com o conforto dos seus lares, vendo pela TV aberta ou por pay-per-view.

O clube estuda, também, destinar a ocupação do estádio quase na totalidade para os sócios, assegurando receita ao longo do ano de forma antecipada.

Se o Corinthians, mandando jogos no Pacaembu, mantém médias históricas de público das mais altas – e a renda corresponde a 15% de todos os clubes no campeonato de 2010 – imagino quando as chaves da “casa própria” forem entregues.

Padrinho forte não falta.  

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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