Vigiar e punir, mas educar

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Juízes federais têm se queixado bastante das ameaças que têm sofrido por parte de criminosos em todo o Brasil.

Especialmente em estados cuja atividade ilícita é praticada num cenário de fronteira e zonas de passagem de pessoas, drogas, armas.

Além disso, não só a falta de intervenção estatal positiva – melhorando serviços públicos essenciais, incluída a segurança – como a corrupção dos agentes públicos, favorece a equação ideal para o ambiente de terror.

Os juízes federais fazem parte de atividade essencial à Justiça, e não podem temer exercer suas funções. Relatam uma rotina de medo, que envolve a família e desestabiliza o cotidiano profissional.

Casos assim também têm ocorrido em São Paulo e Rio de Janeiro.

A arbitragem também é atividade essencial ao futebol, e deve ter todas as prerrogativas para o exercício de suas funções asseguradas por quem organiza as competições.

Nisso devemos incluir a autonomia administrativa, a remuneração qualificada e treinamento contínuo, dentre outros aspectos.

A Uefa lançou, no ano passado, a campanha “Agora vemos mais”, estrelada pelo famoso Pierluigi Colina, em que afirma, na comunicação, que as partidas possuem cinco atentos árbitros, e afirmações que dizem “mais informação, mais visão, mais comunicação”.
 


 

Ainda, prega o respeito aos árbitros e ao jogo – mensagens vinculadas ao lema “Respect” da entidade.

Assistindo ao documentário “Os Árbitros”, no canal Sportv, alguns destes aspectos de tensão profissional, mas de amparo institucional, ambos no seio da Uefa, percebemos quão avançada está a organização e importância de se qualificar a arbitragem no futebol do continente.

Não se quer com isso dizer que lá a arbitragem não cometa erros, por vezes de grave repercussão.

Trata-se de evidenciar que os processos de gestão têm mais importância lá do que aqui.

Porque a Uefa sabe que isso também valoriza economicamente o futebol continental (UCL e Europa League) visto como espetáculo em todas as TVs que compram os direitos de transmissão mundo afora.

Ou seja, a “geladeira” a que os árbitros são submetidos no Brasil, como punição, não levarão a um aperfeiçoamento sistêmico de nossa arbitragem.

Precisamos de qualificação e treinamento. E de boa remuneração, valorizando a atividade e lhe dando a pretensa isenção no desempenho das funções, submetida à fiscalização permanente e transparente.

Isso vai diminuir a margem de surgimento de novos casos como os da “Máfia do Apito”, pois, segundo Edilson Pereira de Carvalho, ele tinha muitas contas pra pagar depois que entrou no esquema e se acostumou a ganhar com a manipulação de resultados.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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