Trilogia dos dólares

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A “Trilogia dos dólares” é conhecida como a trinca de filmes que Sergio Leone, diretor italiano, produziu em sequência entre 1960 e 1970.

Por um punhado de dólares, Por uns dólares a mais e Três homens em conflito são os títulos que tornaram mundialmente famosos o gênero western spaghetti e o ator Clint Eastwood.

No primeiro filme, a personagem vivida por Eastwood, um misterioso e desconhecido pistoleiro, chega a um lugarejo dominado por dois grupos rivais, que disputam o contrabando local.

Assim, ele vê uma excelente oportunidade de se envolver com os dois lados, e ganhar dinheiro dos dois lados.

Já no segundo filme, Eastwood e Lee Van Cleef interpretam caçadores de recompensas, na disputa para capturar o bandido mais procurado e perigoso da região.

O dilema está entre eliminar um ao outro primeiro, ou unir forças, capturar o fugitivo e dividir a recompensa.

No terceiro filme – e o melhor – também conhecido como O bom, o mau e o feio, três errantes bandoleiros vão em busca de um tesouro perdido, em que cada um sabe apenas uma parte da localização exata. Eis que se unem, mas não estão dispostos a dividir o tesouro entre si.

Nos três filmes se percebe que os personagens são quase amorais, e que o único valor que enxergam à frente é o do dinheiro.

O futebol mundial e brasileiro, cada qual à sua forma e proporção, tem observado um período maquiavélico em que os fins justificam os meios.

A realização da Copa 2014 e as obras atrasadas, a falta de apoio da CBF ao futebol feminino, a desintegração do Clube dos 13 a partir do fracasso da renegociação dos direitos de TV, a falta de visão do futebol como efetivo meio de transformação social e educacional, a postura sublime dos dirigentes esportivos, perpetuados no poder, a falta de vibração e envolvimento legítimos e comprometidos dos jogadores com a seleção brasileira.

Tenho a impressão que estamos no meio de um cenário de Sergio Leone, numa trilogia de futebol spaghetti.

Ouso indicar três roteiros:

Um agente de jogadores passa a representar um grande treinador, que chega a um grande clube. Ele vê a chance de ganhar dinheiro dos dois lados, ao oferecer jogadores ao treinador representado por ele mesmo. Afinal, quem paga a conta é o clube.

Um jogador e um diretor se odeiam, e um quer que o outro saia do clube. O problema é que dependem um do outro para que o clube possa conquistar vaga na Libertadores. Unir forças ou eliminar a força contrária?

Um governante, um presidente de clube e um dirigente estão às voltas com a construção de um estádio para a Copa. Cada um tem apenas parte da solução do problema. Acabam se unindo, mas não querem dividir os “restos a pagar” oferecidos por uma empreiteira.

O futebol também daria bons filmes.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br  

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