A volta dos que não foram

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Você já deve ter contratado alguma pessoa para trabalhar para (com) você.

Um jardineiro. Uma secretária. Uma empregada doméstica. Uma diarista. Um caseiro. Um estagiário.

Ok. Creio que sim.

Mas você se lembra de ter demitido qualquer um destes profissionais mais de uma vez? E, depois disso, tê-los contratado novamente para prestar os serviços em sua casa ou empresa?

Não. Seguramente, não.

Por diversas razões – desonestidade, falta de competência, atrasos – a decisão sobre a demissão encerra a relação profissional, uma vez que há quebra de confiança entre patrão e empregado, seja técnica/objetiva, seja pessoal/subjetiva.

No futebol, é totalmente distinto com a figura dos técnicos/treinadores. Pelo menos no Brasil.

Tem treinador – prefiro a expressão usada por Tostão, pois acredito que a função em nosso país é isso mesmo – que já trabalhou por cinco vezes no mesmo clube.

Pior, num intervalo de cinco anos.

É como se sua secretária trabalhasse um ano, fosse demitida, utilizasse a indenização pela rescisão trabalhista para tirar férias e, no meio das férias, fosse chamada pela sua empresa, novamente. Vezes cinco anos.

Sabe pra quê? Pra fazer bem feito – ou melhor – do que ela havia feito no ano anterior.

Você acha que os resultados da empresa mudariam radicalmente?

Provavelmente não. Mesmo que sua secretária tenha feito uma mega-hiper-ultra pós-graduação, ela não vai mudar radicalmente a empresa, enquanto quem a comanda não saber pra onde vai a instituição – planejamento, estratégia, filosofia administrativa, metas e controle de resultados são alguns dos aspectos considerados nessa busca de melhores práticas de gestão.

Nisso também se deve levar em conta um fator fundamental: recursos humanos bem selecionados, treinados e organizados em torno de cronograma de metas e aferição de resultados.

O mundo corporativo estuda e prática à exaustão modelos de gestão de RH e suas formas de remuneração fixa, variável e premiação sobre resultados.

Existe isso no futebol, com um mínimo de previsibilidade e racionalidade?

Se existisse, ficaria difícil imaginarmos um cenário de idas e vindas dos treinadores para os mesmos clubes – depois de férias muuuito bem remuneradas, no mais das vezes.

Melhores processos de contratação, avaliação e também de demissão resultam em melhores profissionais.

A indústria do futebol agradece.

Areja o mercado de trabalho e faz o profissional evoluir.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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