Na dúvida, pergunte ao roupeiro

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Estava querendo evitar tocar mais uma vez neste assunto, que é a da demissão e contratação de treinadores sem critérios nos clubes do futebol brasileiro. Contudo, um fato ocorrido nesta semana causou consternação de boa parte da opinião pública, que foi a recontratação de Emerson Leão, seis ou sete anos depois, pelo São Paulo.

Embora os resultados de Leão tenham sido razoavelmente bons dentro de campo, somando um título estadual e uma classificação para a Libertadores no ano anterior, é de conhecimento geral que o mesmo deixou o clube de maneira tumultuada em apenas seis ou sete meses de trabalho, causando mal estar entre jogadores e dirigentes.

O impressionante disso tudo é a insistência no erro e a baixa adesão dos clubes a ciclos de aprendizagem, fruto do amadorismo, que imaginávamos, já não pertencia mais ao clube do Morumbi. A lógica passa por avaliar constantemente o que ocorreu no passado dentro da própria instituição, analisar o comportamento das pessoas (que se pretende contratar) em outras empresas e a evolução e a busca de novos conhecimentos deste.

Já que profissionalizar e manter um registro ativo e contínuo do perfil dos recursos humanos em um banco de dados é tão difícil, que façamos aquilo que o nosso título de hoje sugere: “na dúvida, pergunte ao roupeiro”.

Apesar do seu conhecimento puramente empírico, o roupeiro é um profissional que, em linhas gerais, costuma ficar bastante tempo dentro dos clubes e, por conta disto, deve registrar e acompanhar tudo que acontece, do vestiário ao campo de treinamento, podendo fazer um relato completo do comportamento de cada cidadão que lá esteve.

Óbvio que esta é uma solução esdrúxula. Mesmo assim, me parece mais factível do que a repetição insana e sistemática de erros praticada pelos nossos dirigentes, em que prevalece o método pautado na tentativa-erro.

Por fim, é bom que se diga: resultados esportivos pontuais não refletem organização, planejamento e gestão – ocorrem, em grande parte das vezes, pela incapacidade dos adversários em detrimento da competência momentânea do grupo de jogadores. Mas quando os resultados surgem de maneira duradoura e linear, tenham certeza de que tais premissas tendem a ser verdadeira.

Portanto, pelo referido método tentativa-erro, estamos diante de uma loteria e, como em qualquer jogo de azar, a sorte pode vir por um turbilhão de moedas ao mexer a manivela da máquina caça níquel (ou pela perda total de suas apostas).

Sabidamente, o futebol não é um jogo de azar.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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