A coluna desta quarta-feira é inspirada em uma frase marcante do filme “O Palhaço”, de Selton Mello – o qual recomendo que todos assistam pelo enredo e qualidade da produção nacional. O personagem principal, estrelado pelo próprio Selton, tenta se descobrir profissionalmente como um palhaço de circo e seu estalo é marcado em síntese pela mensagem: “o rato come o queijo, o gato bebe leite e eu… sou palhaço”.
Por vocação, o dicionário define como a “tendência ou inclinação para um estado, uma profissão etc.”. O despertar desta vocação em termos profissionais se dá pela formação em uma determinada área, de um professor de história até um médico, passando por inúmeras ciências do conhecimento. Desta formação, somada a habilidade e o interesse por fazer algo é que vem o bom profissional.
Na indústria do futebol tal premissa não é diferente. Vem desde a vocação por se tornar um jogador da modalidade, passando por todas as etapas de formação, até chegar no alto escalão administrativo de um clube.
A gama de conhecimentos multidisciplinares abrange áreas que abraçam a medicina no tratamento dos atletas, da arquitetura e engenharia na construção e manutenção dos equipamentos esportivos, do marketing na hora de fazer uma campanha de sócios e até de um designer para propor um novo modelo de camiseta de jogo que seja agradável tanto para os jogadores quanto para o consumo dos torcedores.
Essa linha de discussão foi feita ainda em algumas palestras do 4º Congresso Brasileiro de Gestão do Esporte realizado pela Associação Brasileira de Gestão do Esporte na última semana em Brasília. E abordava justamente os desafios da gestão do esporte em abraçar diferentes áreas sobre o seu guarda-chuva dentro de uma entidade esportiva.
A conclusão óbvia foi da necessidade de se formar gestores do esporte para atender a crescente demanda como fator preponderante para o desenvolvimento do segmento no Brasil. O despreparo dos dirigentes tem culminado com aberrações que vão desde a contratação de jogadores lesionados até a construção de uma loja temática em local inapropriado, causando desperdício de recursos e desacelerando o crescimento da economia do esporte como um todo.
Portanto, “o rato come o queijo, o gato bebe leite e gestor do esporte… gere entidades esportivas!!!”
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br