A relação entre os princípios operacionais e os meios táticos

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As discussões acerca de um determinado tema sempre possibilitam crescimento. No conflito de opiniões de interpretações da realidade, cada indivíduo defende seu ponto de vista fundamentado em experiências, vivências e conhecimentos diversos. Nessas discussões, um ambiente favorável, a liberdade de expressão e a ausência de julgamento de valor são pré-requisitos para que o crescimento seja potencializado.

Em 2009, participei de muitas discussões. Naquele ano, minha capacitação técnica em relação ao futebol teve um salto de qualidade. Uma das pessoas que contribuiu para meu desenvolvimento profissional foi Lucas Leonardo, estudioso da pedagogia dos JDC e, na ocasião, companheiro de trabalho. Lucas, então coordenador do Departamento de Pedagogia, desenvolveu um pequeno material (que recebeu alguns ajustes), estabelecendo uma relação entre os princípios operacionais dos jogos coletivos de invasão e os meios táticos do futebol.

Basicamente, o objetivo deste material era auxiliar a comissão técnica que, ao definir os conteúdos de trabalho em seu planejamento semanal, deveria saber exatamente em qual nível funcional dos jogos elaborados as intervenções ocorreriam.

Por fatores diversos, a discussão sobre este tema nunca foi encerrada; porém, a oportunidade de escrever para um conceituado portal permite que tal discussão, iniciada por um pequeno grupo de pessoas, ganhe o mundo e contribua no aperfeiçoamento da atuação profissional de cada um dos leitores/profissionais do futebol.

Na presente coluna, será apresentada somente a relação entre os princípios operacionais e os meios táticos defensivos, estabelecida com base no Currículo de Formação já abordado integralmente.

Sabe-se que as Referências Operacionais Defensivas dos jogos coletivos de invasão são: impedir progressão ao alvo, proteção do alvo e recuperação da posse de bola.

Já como Meios Táticos Defensivos do futebol, apresentam-se: bloco, cobertura defensiva, compactação, direcionamento, equilíbrio, flutuação, pressão, pressing, recomposição e retardamento.

Cada meio tático se relaciona em níveis hierárquicos com as referências operacionais como mostra a tabela abaixo:

Tabela – Relação entre os Meios Táticos Defensivos e as Referências Operacionais Defensivas

 

Perceba que algumas ações táticas se relacionam com as três referências operacionais, outras ações com apenas duas e há ainda as que se relacionam somente com uma referência, mais especificamente a de recuperação da posse de bola.

Na organização defensiva, a recuperação da posse de bola é o objetivo principal. Porém, é certo que orientar diretamente todas as ações individuais e coletivas exclusivamente para este mecanismo não é o procedimento mais eficaz.

Durante a ocorrência desse momento do jogo, é coerente que a equipe tenha comportamentos (previamente treinados) que, em dadas situações do jogo, estejam orientados (num primeiro nível hierárquico) para uma ação operacional distinta da recuperação da posse de bola.

Ao pensar a semana de treinamento em relação aos conteúdos defensivos, não se esqueça de que, no Jogo, as aplicações destas ações táticas se inter-relacionam e emergem (quer você queira, quer não) de acordo com os inúmeros e imprevisíveis problemas do Jogo. Problemas que, quanto mais experiências de qualidade os treinamentos permitirem aos atletas, mais bem serão solucionados.

Que esta tabela auxilie as comissões técnicas em suas reuniões de planejamento para que um treino criado não fuja das reais necessidades da equipe.

Em relação à tabela dos princípios operacionais e meios táticos ofensivos, escreverei em outra oportunidade.

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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